Publicado por Redação em Notícias, Igreja e Sociedade - 05/12/2017 às 11:28:49

Belas ações que podem fazer você enxergar o Natal de uma forma diferente


“Eu era estrangeiro e me recebestes em casa” (Mt 25.35b)

 

Todos os anos é a mesma coisa! O Natal se aproxima e o espírito natalino invade o coração das pessoas, deixando-as mais solidárias. O Expositor Cristão, em edições passadas, já reportou sobre a história do Natal, o nascimento de Jesus, o dia 25 de dezembro, entre tantos outros assuntos que se desdobram na data em que o nascimento de Jesus é comemorado. 


Nesta edição queremos retomar o assunto, mas numa perspectiva solidária. Que tipos de ações nós, cristãos/ãs, podemos realizar para que o Natal venha a fazer diferença na vida de várias pessoas? Trouxemos algumas iniciativas que poderão ser aplicadas nas igrejas locais, em família, tendo como princípio a própria Palavra de Deus que nos orienta a fazer o bem ao próximo.


Na edição de maio, o Expositor Cristão trouxe na matéria de capa o tema refugiados/as. Só para lembrar a importância do tema, nos últimos dez anos foram mais de 5 milhões de refugiados/as que já cruzaram fronteiras em busca de proteção e mais de 6,6 milhões de pessoas se encontram deslocadas internamente na Síria. O Brasil tem sido o país que mais acolheu pessoas refugiadas nos últimos anos. 

Campanhas


Uma das campanhas realizadas em São Paulo e no Rio de Janeiro do projeto “Meu Amigo Refugiado” quer justamente evitar que essas pessoas fiquem sozinhas no dia de Natal. A iniciativa do projeto é unir famílias de pessoas refugiadas com brasileiros/as. Quem deseja participar poderá receber uma pessoa refugiada na Ceia do dia 24 ou no almoço do dia 25 de dezembro. Por outro lado, o/a anfitrião/ã receberá um prato típico do país do visitante. 


Temi Olusola, da Nigéria, chegou ao país com o filho I­saac na barriga. Temi era contadora na Nigéria e não escolheu se refugiar no Brasil. Queria chegar a Trinidade e Tobago. Mas, em uma conexão no aeroporto de Guarulhos/SP, seu destino mudou, quando foi avisada de que, por suas condições, não poderia seguir viagem. O bebê nasceu em duas semanas e hoje é um brasileiro de quase três anos. Conheceu o pai há um ano. Também contador, ele conseguiu um emprego de auxiliar administrativo aqui. “Estamos trabalhando duro para juntar dinheiro e trazer nossos três filhos que ainda estão lá”, relatou o nigeriano.


Olga Yavo é da Costa do Marfim. Está no Brasil há três anos. Estuda fisioterapia pela manhã e dá aulas de espanhol à noite. Para o Natal, Olga está pensando em fazer um prato típico de banana da terra para levar à casa anfitriã. 


A primeira experiência de emprego de Olga no Brasil não foi das melhores. Conseguiu um trabalho como cuidadora de idosos/as em um asilo de São Paulo. Depois de três meses, sofreu preconceito por ser africana e largou o trabalho sem ganhar nada. Mas o gosto pelo cuidado com o outro a fez entrar na faculdade de fisioterapia. “Meu sonho é ter a minha própria clínica e cuidar de mulheres”, disse Olga.


Abdou Secka, da Gâmbia, promete cozinhar um prato típico de seu país: o Thieboudienne, feito à base de arroz, vegetais e peixe. Parece saboroso! Abdou nasceu em Dippa Kunda, mas vive no Rio de Janeiro há nove meses. Chegou ao Brasil sozinho atrás de um sonho: jogar no Flamengo. Seu antigo técnico sempre o incentivava e dizia que ele ainda seria o capitão do time. “Eu não queria ter saído, estava estudando e tentando seguir meu sonho de jogar futebol. No Brasil, quero continuar os estudos e, quem sabe, virar um jogador profissional. Fui muito bem recebido aqui”, disse Abdou, que estudava matemática na Gâmbia.


As famílias que quiserem participar da iniciativa podem acessar o site especial do projeto (www.meuamigorefugiado.com.br) para conhecer o perfil dos/as refugiados/as e de suas famílias e entrar em contato para receber algum/a deles/as em casa.


A responsável pela ação é a organização Migraflix, que ajuda na integração dos/as refugiados/as que chegam ao Brasil.

 

Recursos financeiros


Asilo para idosos/as no Paraná acabou se transformando em uma inusitada campanha de solidariedade.Outra pauta que já teve bastante repercussão no Expositor Cristão é a da edição de julho de 2014, que trouxe uma reportagem sobre a história do Albergue Metodista da Catedral Metodista de São Paulo. Aliás, o projeto já foi destaque também no Jornal Nacional em 2012, quando a apresentadora Fátima Bernardes apresentou o “trabalho silencioso dos/as metodistas”.


Se a sua comunidade local está sem verba para financiar alguma ação para o Natal às pessoas que vivem em situação de rua, a plataforma Catarse é uma boa alternativa. Por meio dela, mil moradores/as de rua terão a Ceia de Natal, graças ao financiamento coletivo realizado pelo SP invisível. 


Foram arrecadados mais de 44 mil reais, que irão servir 400 pessoas na creche Missão Cena, sendo 200 crianças ajudadas pela ONG e 200 moradores/as de rua; além de distribuir comida gratuitamente para mais 600 pessoas em situação de rua em São Paulo durante o dia. E, para que eles/as tenham tudo da melhor qualidade, as refeições serão preparadas pelo NOU Restaurante.


A Catarse também vai ajudar a colocar um sorriso na boca de muitas crianças. Literalmente. Foram mais de 40 mil crianças atendidas pela ONG A Turma do Bem, que oferece tratamentos dentários gratuitos. Os/as profissionais são dentistas voluntários/as. Na plataforma Catarse, é possível cadastrar o projeto social de sua Igreja ou o seu projeto pessoal voltado para ajudar o próximo coletivamente. 

Uma ação simples, por exemplo, realizada pelo Asilo São Vicente de Paulo, no Paraná, acabou se transformando em uma inusitada campanha de solidariedade. 


A ideia de pedir que os/as idosos/as que vivem no lar escrevessem o que gostariam de ganhar de Natal foi dos/as voluntários/as da instituição, que tiraram fotos dos/as velhinhos/as segurando uma placa com seus pedidos e publicaram no Facebook. A campanha viralizou nas redes sociais, tendo sido compartilhada por mais de 100 mil pessoas, e despertou o interesse de muita gente disposta a ajudar. Alguns dos pedidos são tão simples que é quase impossível não querer dar uma forcinha.


O financiamento coletivo é realmente a pedida da vez! O jornal Expositor Cristão tem uma distribuição de 30 mil exemplares gratuitamente para todo o Brasil. Como não tem custo algum para as Igrejas, o Colégio Episcopal aprovou em março o projeto de sustentabilidade do EC. São seis modelos de financiamento coletivo que estão disponíveis no site do jornal (www.expositorcristao.com.br), além de também utilizar a Plataforma Catarse para alcançar a sustentabilidade coletiva. 

 

Pastor José Geraldo Magalhães
Publicado originalmente no Jornal Expositor Cristão de dezembro/2017 


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