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Pesquisador defende que a Igreja Metodista tem força para combater o racismo

Palavra "Racismo" com um s?mbolo de proibido na letra "O"O pesquisador e pastor metodista Jos? Roberto Alves de Loiola, que defendeu na disserta??o de mestrado sobre o Metodismo de imigra??o e afro-brasileiros na regi?o de Piracicaba no per?odo de 1867 a 1930, falou numa entrevista ao Expositor Crist?o sobre a for?a da Igreja para enfrentar o racismo.

Expositor Crist?o: Como o senhor avalia as mortes das pessoas negras no Brasil?

Roberto Loiola: Genoc?dio ? o termo mais bem apropriado para aplicarmos a essa elimina??o de milhares de pessoas afro-descendentes, inclusive dos cinco jovens negros no Rio. A aus?ncia de pol?ticas p?blicas nas ?reas estrat?gicas com ?nfase nas popula?es negras tamb?m ajuda a explicar tanta viol?ncia. H? outros casos, por exemplo, o atendimento inadequado de sa?de, penalizando homens e mulheres em sua maioria pobres e negros/as, al?m da neglig?ncia m?dica que mata milhares de mulheres negras durante os partos nos hospitais p?blicos.

EC: Como vencer o preconceito racial?

RL: Penso que as pessoas ignoram tanto a realidade quanto a hist?ria formativa do Brasil. H? uma tend?ncia da nega??o do racismo. Isso se explica, pois o Brasil foi inventado, pensado e organizado a partir da ideia que coloca os interesses e a cultura europeia como sendo as mais importantes e avan?adas do mundo. Penso que as legisla?es voltadas ? garantia da igualdade racial no pa?s ? um passo importante para vencermos a realidade do racismo, seja pelo vi?s da educa??o para a diversidade e cidadania, seja reprimindo com rigor casos de racismo. Estou convencido de que uma mentalidade racista se desconstr?i via educa??o formal e informal.

EC: Martin Luther King foi ?s ruas lutar pela causa dos negros. A Igreja n?o est? muito calada?

RL: O caso do irm?o Martin Luther King foi exemplar. A pauta de reivindica?es dos/as evang?licos/as que v?o ?s ruas no Brasil n?o contempla as reais necessidades dos/as discriminados/as, n?o tem profetismo e, muito menos, evangelicidade. Martin pode nos inspirar ainda hoje. Mas o nosso contexto exige que tracemos nossas pr?prias estrat?gias. Um bom come?o para os/as evang?licos/as atuais ? reler as Escrituras Sagradas corrigindo hermen?uticas racistas, al?m de ter um novo olhar do pr?ximo como um ?igual? em dignidade e possibilidade.

EC: Qual a for?a da Igreja Metodista para militar na causa contra o racismo?

RL: Como parte do protestantismo hist?rico, no Brasil, os/as metodistas s?o pioneiros/as na organiza??o de uma pastoral de combate ao racismo. E uma das fontes que alimenta a for?a dessa Igreja ? a sua Teologia Wesleyana. Nossos documentos e a?es refletem, sem d?vida, a for?a que essa Igreja tem. A minha avalia??o ? que o metodismo militante, no Brasil, est? adormecido. A nossa for?a e legado n?o tem sido otimizado na dire??o do combate ao racismo. Entendo que n?o basta ?cultos celebrativos?, ?voz de privil?gio? em conc?lios. Precisamos retomar essa for?a e legado para, definitivamente, implantar pol?ticas locais, distritais, regionais e nacionais. A minha prece ? que o Programa Nacional Antirracismo saia do papel e se encarne na vida e miss?o da Igreja Metodista brasileira.

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