Publicado por Redação em Notícias, Reflexão - 03/05/2018 às 14:36:29

13 de Maio: Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo

2018-05-racismo-375-800x568.jpg

O dia 13 de maio é considerado o Dia Nacional da Denúncia Contra o Racismo, celebração alternativa à data em que foi assinada a Lei Áurea, em 1888, que “aboliu” a escravidão no Brasil. Apesar de um lado da história falar que a generosidade de uma princesa pôs fim ao período escravocrata, segundo o portal palmares.gov.br, a população negra afirma que o fim desse regime foi dado pela luta dos/as negros/as escravizados/as e pela resistência que já durava vários anos.

Um dos primeiros símbolos da luta pela liberdade e que é considerado o mais importante até hoje foi o Quilombo dos Palmares, surgido já no fim do primeiro século da colonização e liderado, em seus últimos dias, por Zumbi dos Palmares e Dandara.

Podemos citar também as outras leis já assinadas, como a Lei do Ventre Livre (1871) – uma lei que estabelecia que os/as filhos/as de escravos/as ficassem sob os cuidados do senhor de suas mães até 8 anos de idade. Então, os senhores poderiam libertá-los/as após receber uma indenização ou poderiam usar seus trabalhos até os 21 anos de idade, depois eles/as seriam “livres”. E a Lei dos Sexagenários (1884) – nessa lei os/as escravos/as estariam livres quando completassem 60 anos de idade. Porém, antes de serem totalmente “libertos/as”, deveriam trabalhar cinco anos de graça como pagamento de indenização aos senhores pelos gastos com a compra deles/as. 

Por fim, a Lei Áurea também não garantiu o fim da escravidão, pois os/as negros/as que não eram mais escravos/as foram descartados/as, ficando sem emprego, sem terras, sem documentos e novamente obrigados/as a trabalhar em locais que pagavam pouco, porque era tudo o que lhes era oferecido. Outra opção era permanecer na casa de “seus” senhores para terem o que comer, pois a própria lei não tinha quaisquer dispositivos que garantissem oportunidades justas para eles/as.

Hoje, 130 anos após a “abolição”, há reflexos desse período. O/a negro/a saiu da senzala e foi jogado/a na favela, onde reproduziram-se as mazelas sociais do desemprego, da falta de moradia, da péssima qualidade de saúde e educação, da discriminação racial e da falta de oportunidades.

Ainda hoje defende-se o discurso que no Brasil não existe mais racismo. Há vários casos de desigualdade visíveis no nosso dia a dia. A cada três jovens que são assassinados/as, dois/as são negros/as; o/a trabalhador/a negro/a tem o salário 47% menor do que um/a trabalhador/a branco/a com o mesmo grau de formação; 56% das mulheres negras trabalham como domésticas; a taxa de analfabetismo das pessoas com 15 anos de idade ou mais era de 8,3% para brancos/as e 21% para negros/as. Esses são alguns dos vários dados que demonstram o que o preconceito insiste mascarar.

Por isso, a partir da década de 1980, os movimentos sociais negros deram um novo significado para o 13 de Maio, pois para os movimentos a abolição da escravidão não significou liberdade, nem a Lei Áurea aboliu a discriminação. 

Informações: www.palmares.gov.br
Publicado originalmente no Jornal Expositor Cristão de maio de 2018


Posts relacionados

Notícias, Notícia, Metodismo, Episcopal, Nacional, por José Geraldo Magalhães Jr.

Conselheiros Nacionais de Juvenis são empossados pelo Colégio Episcopal

Aconteceu na manhã desse sábado, 19, a posse dos novos Conselheiros Nacionais de Juvenis, Ronaldo Oliveira Barbosa e Jaqueliny Louback Barbosa, na Sede Nacional da Igreja Metodista, em São Paulo. O ato de posse foi realizado pela secretaria executiva do Colégio Episcopal e contou com a mesa da Confederação Metodista de Juvenis, secretaria para a Vida e Missão da Igreja e amigos do casal que prestigiaram esse momento importante na vida da Igreja.

Notícias, por Redação