
Miss?o integral. Provavelmente algumas pessoas n?o sabem o que significa, mas, na viv?ncia crist?, muitas igrejas a praticam sem necessariamente usar essa express?o para referir-se ao que est?o fazendo. S?o atividades voltadas para dependentes qu?micos, pessoas que moram nas ruas, crian?as e adolescentes em situa??o de vulnerabilidade, povos ind?genas, entre tantas outras.
Um dos renomados te?logos latino-americanos, C. Ren? Padilla, mostra em um de seus livros, ?O que ? Miss?o Integral??, que uma igreja que se compromete com a miss?o integral entende que seu prop?sito n?o ? chegar a ser uma igreja grande, com muitos recursos financeiros ou politicamente influente, mas, sim, humanar-se nos valores do reino de Deus e revelar-se no amor e na justi?a, tanto em ?mbito pessoal como em ?mbito comunit?rio.
Para o pastor Dimanei da Silva Lisboa, que trabalha na aldeia Maruwai com os Macuxi, em Boa Vista/RR, miss?o integral tem a ver com o Ide de Jesus. ?A primeira coisa ? atender ao Ide de Jesus, e isso implica em ren?ncia. O Ide indica que somos n?s que temos que fazer, assim foi na multiplica??o de p?es: dai v?s mesmos/as de comer?, disse o pastor.
Miss?o integral com os povos ind?genas
Desde 1991 que o Censo Demogr?fico coleta dados sobre a popula??o ind?gena no Brasil. O Censo 2010 contabilizou a popula??o ind?gena com base nas pessoas que se declararam ind?genas no quesito cor ou ra?a e para os/as residentes em Terras Ind?genas que n?o se declararam, mas se consideraram ind?genas. O Censo revelou que, das 896 mil pessoas que se declaravam ou se consideravam ind?genas, 572 mil, ou 63,8%, viviam na ?rea rural, e 517 mil, ou 57,5%, moravam em Terras Ind?genas oficialmente reconhecidas.
Como o Expositor Crist?o j? noticiou em edi?es passadas, a Igreja Metodista se converteu ?s causas ind?genas desde 1928 (veja edi??o de abril de 2015). Agora, al?m dos povos Trememb?, em Fortaleza/CE, Macuxi, em Boa Vista/RR, e Guarani-Kaiow?, em Dourados/MS, a etnia Maxakali tamb?m est? sendo priorizada na miss?o metodista indigenista.
O mission?rio Gilson Clemente da Costa, da 4? Regi?o Eclesi?stica, est? h? dois anos ? frente do trabalho com os/as ?ndios/as Maxakali. ?Comecei com uma aldeia que tem l? em Top?zio. Nessa aldeia tem 72 ?ndios/as da etnia Maxakali. H? outra aldeia pr?xima a Te?filo Otoni, chamada Mata Verde, que tem 300 ?ndios/as?, disse o mission?rio.
Somente em Minas Gerais s?o 31.667 ?ndios/as, segundo o Censo 2010. Dentre eles/as, 1.937 s?o da etnia Maxakali, que est? dividida em quatro tribos. Al?m de Pradinho, h? ?gua Boa, j? no munic?pio de Santa Helena, at? onde vai a reserva ind?gena. Tamb?m ficaram ra?zes em Top?zio, distrito de Te?filo Otoni, e em Ladainha, no Vale do Mucuri. Em qualquer lugar, os/as Maxakali enfrentam o mesmo problema: alcoolismo.
Neste m?s de abril, o mission?rio ir? expandir seu campo mission?rio para a aldeia Mucuri. ?Eles/as estavam perdidos/as; a maioria foi morta por fazendeiros/as que tomaram suas terras. Hoje, eles/as somam um n?mero de 17 fam?lias. Ainda n?o conhe?o essa aldeia, mas no m?s de abril estarei l?, afirmou o mission?rio.
Os/as poucos/as ?ndios/as que n?o foram dizimados/as ficaram trabalhando em fazendas ou na cidade. Depois eles/as entraram na justi?a reivindicando a posse da terra que a Funda??o Nacional do ?ndio (Funai) j? reconheceu. Segundo o mission?rio, o trabalho principal desenvolvido nas aldeias tem autoriza??o da Funai. ?Antes de entrar nas aldeias, nos reunimos com os/as representantes da Funai, que nos autorizaram a realizar nossa miss?o. Nosso primeiro encontro foi um estudo sobre os malef?cios que o ?lcool faz ?s pessoas?, relatou.
Os/as Maxakali enfrentam hoje o grande desafio de superar as dificuldades decorrentes de sucessivas administra?es autorit?rias, o que tem refletido nos graves problemas de embriaguez, desajustes sociais e marginaliza??o econ?mica. O mission?rio Gilson destacou que j? recebeu, na Igreja Metodista em Top?zio, um grupo de 12 ?ndios/as de uma s? vez devido ao trabalho que est? desenvolvendo nas aldeias.
Miss?o integral com pessoas em situa??o de rua
Em janeiro deste ano foi inaugurado o Instituto de Apoio e Orienta??o a Pessoas em Situa???o de Rua (Inaper), em Belo Horizonte/MG. O projeto foi idealizado pela Igreja Metodista em Carlos Prates. ?Trabalho com pessoas em situa??o de rua h? 20 anos. Levar o evangelho ? fundamental, mas quer?amos fazer algo al?m disso. Com o projeto estamos realmente integrando as pessoas ? sociedade. Isso ? miss?o integral?, disse o pastor Roberto Lugon.
A presidente do Inaper, Angelica Biondi Prates, relata que a inciativa foi de ousadia. ?O Inaper n?o ? apoiado por nenhuma institui??o religiosa ou p?blica. Temos trabalhado de forma corajosa com apoio de amigos/as, familiares, colegas de trabalho, membros da Igreja Metodista em Carlos Prates e outras igrejas de Belo Horizonte?, disse Angelica.
Bastou uma ?nica divulga??o ? ?poca da inaugura??o, em 4 de janeiro. Com apenas tr?s meses de funcionamento, o coordenador do Inaper, Juliano Luiz de Paula, exibe com orgulho o resultado. ?S?o 930 atendimentos gerais, 720 banhos, duas interna?es em cl?nicas de reabilita??o, al?m de v?rios encaminhamentos bem-sucedidos para emprego?, disse.
A coordena??o de Juliano tem sido fundamental para a institui??o porque ele conhece de perto a realidade das pes?soas que moram na rua. ?O Juliano foi morador de rua durante muitos anos, usu?rio de crack, ex-presidi?rio e agora est? lutando por uma vida digna e, ainda assim, tentando fazer diferen?a na vida de outras pessoas?, finalizou a presidente do Inaper, Angelica Biondi.
V?rias igrejas metodistas rea?lizam trabalhos semelhantes com pessoas em situa??o de rua. Na Igreja Metodista em Natal/RN, por exemplo, o projeto Igreja nas Ruas agora tem uma Kombi para sair durante a noite na distribui??o de alimentos e agasalhos. ?Com a Kombi, o sop?o agora vai ficar melhor porque podemos atender mais pessoas?, disse o pastor Georg Emmerich.
A iniciativa gerou v?rias rea??es. ?Um dos melhores trabalhos pastorais realizados na Regi?o Mission?ria do Nordeste. Est? entre os cinco melhores com certeza; inspira??o, encorajamento e exemplo a ser seguidos?, disse Ricardo Cuchi.
Miss?o integral inclusiva
 A pastora Kary Jana?na, de Porto Ferreira/SP, tem dado palestras na 5? e 8? Regi?es sobre o Minist?rio da Inclus?o. A idealiza??o do projeto foi dela e do pastor Enoque Rodrigo, ambos deficientes visuais. O que tem predominado, segundo a pastora, ?s?o pessoas com s?ndrome de down?, mas a iniciativa ? para atender todos que tenham alguma defici?ncia.
A pastora Kary Jana?na, de Porto Ferreira/SP, tem dado palestras na 5? e 8? Regi?es sobre o Minist?rio da Inclus?o. A idealiza??o do projeto foi dela e do pastor Enoque Rodrigo, ambos deficientes visuais. O que tem predominado, segundo a pastora, ?s?o pessoas com s?ndrome de down?, mas a iniciativa ? para atender todos que tenham alguma defici?ncia.
Em Porto Ferreira/SP, a pastora tem incentivado os membros com o minist?rio Somos Capazes. Sua proposta ? incluir todas as pessoas deficientes que se sentem exclu?das. ?O projeto N?s somos capazes, al?m de contar com apoio dos membros, tem tamb?m uma parceria com a Associa??o de Escolas Reunidas (ASSER) daqui da cidade. Os/as alunos/as de pedagogia e de educa??o f?sica s?o nossos suportes para trabalhar com pessoas com defici?ncia?, finalizou.
Escrito por: Jos? Geraldo Magalh?es?
 
								





 
                 
								