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O amor como a raiz de todas as coisas boas

2017_08_amor

A prop?sito dos ataques a Terreiros de Candombl?

O v?deo que mostra um traficante armado com cassetete e arma de fogo obrigando um Babalorix? e uma Yalorix? a destru?rem seus objetos e locais de cultos, al?m de revelar a existente intoler?ncia para com as religi?es de matriz africana, revelou tamb?m a exist?ncia de mais um tipo de crente, o/a evang?lico/a traficante. Traficante evang?lico/a, ou evang?lico/a traficante (a ordem dos fatores n?o altera o mau testemunho), ? algo que deveria soar t?o estranho quanto judeu nazista. Deveria, mas j? n?o soa, pois isso ? parte do ?nus a ser pago ao se tornar religi?o majorit?ria.

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Quando ocorre um crescimento massivo, mais fruto do pragmatismo do que da verdadeira evangeliza??o discipuladora, logo o resultado ser? o surgimento de pessoas ou grupos que ostentam o r?tulo, todavia, n?o possuem a ess?ncia. Isso ocorre no cristianismo desde que a Igreja saiu dos lares e das catacumbas de Roma e abra?ou as benesses estatais a partir de Constantino. Ao se tornar maioria, ela ganhou em poder e quantidade num?rica, mas perdeu em qualidade servil. Sendo quase 30% da popula??o brasileira, hoje temos n?o s? o/a traficante evang?lico/a, mas tamb?m o/a adicto/a evang?lico/a, o/a garoto/a de programa evang?lico/a, o/a ator/atriz porn? evang?lico/a, o/a pastor/a ped?filo/a, o/a pastor/a evang?lico/a prostituto/a, o casal de bispos homosse?xuais, o/a evang?lico/a esp?rita, o/a evang?lico/a empres?rio/a, pol?tico/a e corrupto/a. Gra?as a Deus ainda existem os/as Evang?licos/as do Evangelho, n?o do movimento, mas do mover do Esp?rito. ? gra?as ? a??o de Deus na vida desses homens e mulheres crist?os/?s que a Igreja continua.

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Em rela??o aos ?traficantes evang?licos?, cujo v?deo viralizou nas redes sociais e que traz ? tona os atos praticados por traficantes ligados a l?deres evang?licos/as que perseguem seguidores/as de religi?es de matriz africana, repudiando o ato, penso que precisamos refletir seriamente sobre o que ? de fato ser crist?o/? e quais s?o as implic?ncias comportamentais subsequentes ao aderir ? f? em Jesus Cristo. Dentro dessa linha de reflex?o precisamos refletir tamb?m sobre o que temos ensinado aos/?s novos/as crist?os/?s. Como semeadores/as da paz, n?s devemos ensinar que a convers?o de algu?m, o abandono ou mudan?a de religi?o ? algo de foro ?ntimo, fruto de amadurecida reflex?o, e que a convers?o sincera ? exclusivamente uma obra que cabe ao Esp?rito Santo. ? preciso ensinar a viver na pluralidade, eu n?o preciso crer no que o/a outro/a cr? para s? ent?o respeitar a sua cren?a. E n?o me torno menos crist?o/? fiel a Deus por respeitar o direito do/a outro/a em seguir uma religi?o diferente da minha.

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O an?ncio do Evangelho ? kerigm?tico, todavia, n?o h? kerigma sem a experi?ncia que leva a viv?ncia. O verbalizar o Evangelho sem vivenci?-lo ? contaminar a proclama??o da mensagem. ? preciso ver no/a outro/a e em sua religi?o pontos comuns, pontes, e a partir delas anunciar a Cristo, e penso que o amor ? a maior forma de aproxima??o. O amor que se manifesta em atos est? presente em quase todas as religi?es. Amamos pelo viver o Evangelho e falamos por meio do anunciar verbalmente o Evangelho.

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Como declara Paulo, o qual teve que conviver com outros credos. Est? escrito: Cri, por isso falei. Com esse mesmo esp?rito de f? n?s tamb?m cremos e, por isso, falamos (2 Co 4.13). O viver tem a ver com o crer, o falar procede do crer e viver. Cremos, em amor vivemos e proclamamos, todavia, sabemos que a mudan?a do indiv?duo ? uma a??o externa vinda de Deus que por meio de seu Esp?rito o penetra e de dentro para fora o transforma. N?o ? sem raz?o que escreveu Agostinho: ?Muda o cora??o, e mudar? o que praticas. Extirpa a cobi?a, planta o amor. Assim como a raiz de todos os males ? a cobi?a, assim a raiz de todas as coisas boas ? o amor?.

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O amor lan?a fora todo o medo e igualmente lan?a por terra toda forma de preconceito, discrimina??o e intoler?ncia. No encontro e conv?vio com o diferente, s? podemos dar ao/? outro/a aquilo ou Aquele a quem conhecemos, portanto, nas nossas rela?es cotidianas, tendo o discipulado pautado no viver de Cristo, e como estilo de vida pr?tica, o maior testemunho de que conhecemos a Deus ? o amor manifesto para com todos, raz?o pela qual Jo?o escreveu: ?Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor ? de Deus; e qualquer que ama ? nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que n?o ama n?o conhece a Deus; porque Deus ? amor? (1 Jo?o 4.7,8).

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Pastor Jos? do Carmo da Silva

Pessoa de Refer?ncia nas quest?es relacionadas ao combate e ao preconceito racial e a?es correlatas | 5? Regi?o Eclesi?stica

Publicado originalmente no Expositor Crist?o de?outubro/2017

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