Publicado por Redação em Notícias, Discipulado - 07/01/2019 às 14:39:14

Discípulas/os consolidadas/os

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2 Pedro 1.1-11

A passagem bíblica citada me faz pensar em duas coisas que considero fundamentais na vida cristã:

A primeira é uma doutrina bíblica maravilhosa que se tornou uma das mais importantes ênfases metodistas – a doutrina da santificação (veja os versos 5-9).

A segunda é uma ordenança de Jesus e uma ênfase Wesleyana que, graças a Deus, nos últimos anos tornou-se uma ênfase no metodismo brasileiro – a dinâmica do discipulado.

O processo de santificação que nos ajuda a sair da infância espiritual em direção à maturidade cristã é impossível sem prestação de conta; sem compartilhamento; enfim, sem discipulado (veja os versos 12-14 onde Pedro se coloca como o tutor, o discipulador daquele povo).

Fazer discípulas e discípulos de todas as nações é a ordem de Jesus para os/as seus/as discípulos/as: “Indo, fazei discípulos de todas as nações...”. Essa foi a maneira estabelecida por Jesus para que a Igreja avançasse contra as portas do inferno.

Desde então a Igreja procura obedecer a essa ordem de Jesus. De vez em quando, entretanto, confundimos “fazer discípulos/as” com “apresentar as boas notícias da salvação”. Fazer discípulos/as, porém, é um processo muito mais longo e que requer clareza e intencionalidade no qual “apresentar as boas notícias da salvação” é o elemento inicial.

Você já deve ter ouvido sobre a “escada” que apresenta quatro degraus distintos para um discipulado eficaz:
a) Ganhar;
b) Consolidar;
c) Treinar;
d) Enviar.

Não desejo discutir sobre a validade ou não dessa “escada”, mas apenas chamar a atenção para um dos elementos ali descritos a fim de refletir sobre a nossa tarefa de fazer discípulas/os de todas as nações.

O elemento que mais me chama a atenção nessa escada é a “consolidação”. E minha pergunta é a seguinte:

O que é de fato um discípulo ou uma discípula (um membro de Igreja) minimamente consolidado/a?

Refletindo sobre essa pergunta, cheguei à conclusão de que existem ao menos cinco características que definem um/a discípulo/a minimamente consolidado/a. São características muito práticas que nos ajudam a fazer uma avaliação pessoal:

1. Um/a discípulo/a con­so­li­da­do/a é alguém que teve uma experiência pes­soal com Jesus. Uma experiência de novo nascimento. O próprio Jesus afirmou isso quando conversava com Nicodemos, de acordo com o evangelista João: “Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” – João 3. João Wesley considerou a doutrina do novo nascimento uma das duas doutrinas fundamentais do cristianismo.

2. Um/a discípulo/a consoli­dado/a é alguém que confessou publicamente essa experiência de fé. Essa confissão se dá pelo batismo. E aqueles/as que tiveram o privilégio de nascer em uma família cristã e foram batizados/as na infância devem fazê-lo por meio da sua pública profissão de fé. O batismo é também uma ordem de Jesus que disse para fazermos discípulos/as “batizando e ensinando”.

3. Um/a discípulo/a consoli­dado/a é alguém que continua sendo  discipulado/a por alguém e está fazendo novos/as discípulos/as. Esse processo de Ser e Fazer discípulo/a nunca deixa de existir na vida daquele/a que assumiu compromisso com Jesus.

4. Um/a discípulo/a consoli­dado/a é alguém que está usando os dons que recebeu de Deus em ministérios dentro e fora da Igreja local. Os dons são ferramentas e devem ser usados no serviço a Deus e às pessoas. Uma leitura da primeira carta do apóstolo Paulo aos Coríntios, no capítulo 12, nos ajuda a entender a importância de (como membros do Corpo de Cristo) usar os dons que Deus nos deu. Esse é um chamado fundamental na vida do/a cristão/ã, visto que o nosso Senhor “não veio para ser servido, mas para servir”.

5. Um/a discípulo/a consoli­dado/a é alguém que está contribuindo para a missão da Igreja por intermédio dos seus dízimos e ofertas. O sustento da missão da Igreja é responsabilidade de cada membro do corpo de Cristo.

Então, vejamos:

  • Uma experiência pessoal com Jesus Cristo;
  • Batismo como confissão pública da fé;
  • Um processo contínuo de discipulado;
  • Uso dos dons nos ministérios;
  • Contribuição regular.

Olhando para essas características e olhando para a sua própria vida, você poderia dizer que é um/a discípulo/a (um membro do Corpo de Cristo e da Igreja Metodista) minimamente consolidado/a?

Que Deus o/a abençoe e que você seja uma bênção para a sua Igreja local e para as pessoas com as quais você convive. 

Bispo João Carlos Lopes | Bispo Presidente da 6ª RE
/// Publicado originalmente na revista voz Missionária edição jul/ago 2018
Publicado na edição de janeiro de 2019 do Jornal Expositor Cristão impresso.


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