
?ndio Guarani e Kaiowa | CIMI
No ?ltimo domingo, dia 12 de junho, uma s?rie de conflitos voltaram a acontecer entre fazendeiros e ind?genas no estado de Mato Grosso do Sul, especialmente entre a?Fazenda Ivu e a aldeia Tey Ku?.?Segundo o Conselho Indigenista Mission?rio (CIMI), os ?ndios apresentaram sua causa ao funcion?rio da Fazenda Ivu, que tamb?m ? ind?gena, e receberam apoio para continuar com o ato de recupera??o de suas terras. J?o dono da fazenda afirma que o funcion?rio diz ter sido amea?ado, e por isso ele registrou uma queixa formal contra os ind?genas na segunda-feira, dia 13.
O caso tomou grandes propor?es na ter?a-feira, dia 14, quando um grupo composto tamb?m por fazendeiros entrou em conflito com a tribo. Um dos ?ndios, identificado apenas como S.T., relatou o ocorrido para CIMI:
“?s sete da amanh?, come?amos a avistar carro chegando. Vinha mais de duzentos carros. Fizeram uma divis?o, dois grupos: um veio de um lado, pela divisa da aldeia, fizeram um cerco na gente. Do outro lado, veio p? cavadeira [tipo de trator] e arrebentou a cerca, e come?aram a entrar pelo campo. Vieram atirando, atirando, tiroteio feio mesmo, arma pesada.?A gente foi empurrado de volta pra aldeia. Eles continuaram atr?s e entraram na reserva, atacando. No meio desse ataque o filho da nossa lideran?a caiu morto, as pessoas foram feridas”. Leia na ?ntegra.
O?filho de uma das lideran?as ind?genas que ? mencionado, era Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza, Guarani-Kaiow? de 26 anos. Ele ocupava o cargo de agende de sa?de na regi?o. Al?m de sua morte, a opera??o deixou?outros seis ?ndios feridos a bala, incluindo uma crian?a de 12 anos. Isso desencadeou um combate ainda mais violento.
Ap?s o ocorrido, alguns ?ndios tamb?m fizeram policiais ref?ns durante duas horas, ap?s sofrerem os ataques dos grupos de fazendeiros. A PM registrou policiais feridos, e afirmam que os ?ndios ainda portam algumas de suas armas de fogo, e coletes a prova de balas tomados no dia do conflito.
O CIMI emitiu?nota denunciando e repudiando a?a??o que intitulam como “paramilitar” contra fam?lias do povo Guarani-Kaiow?, do tekoh? Tey Jusu, na regi?o de Caarap?, no estado do Mato Grosso do Sul. “Constatamos, com preocupa??o, que a?es paraestatais realizadas por setores do agroneg?cio tem sido recorrentes no Mato Grosso do Sul”, afirma a nota ao recordar do assassinato do l?der Sime?o Vilhalva, no tekoh? Nhender? Marangatu, al?m de mencionar que houveram outros 25 registros de ataques semelhantes. Leia na ?ntegra.
J? o Conselho Nacional de Igrejas Crist?s no Brasil (CONIC) emitiu comunicado no seu site,?em conjunto com o Processo de Articula??o e Di?logo (PAD) e com?F?rum Ecum?nico ACT Alian?a Brasil (FEACT), buscando unir os movimentos em defesa dos povos ind?genas. “Conclamamos todas as organiza?es e movimentos a se unirem em prol da defesa dos direitos fundamentais dos povos ind?genas, principalmente do direito origin?rio ?s suas terras, garantidos pela Constitui??o Brasileira e por tratados internacionais dos quais o Brasil ? signat?rio”, concluem a nota. Leia na ?ntegra.
Pastoral Indigenista da Igreja Metodista?tamb?m discorda dos procedimento adotados contra a tribo
Conversamos com o Pastor Paulo Costa, da Pastoral Indigenista da Igreja Metodista no Brasil?na Miss?o Tapepor?, em Dourados, Mato Grosso do Sul. O Pastor trabalha na miss?o junto com a Revda. Maria Imaculada Concei??o Costa, pessoa de refer?ncia na pastoral. O pastor tamb?m acredita?que os povos ind?genas n?o est?o tentando invadir uma terra aleat?ria, que seja?boa para lavoura ou bonita, mas buscam?apenas recuperar o que lhes ? de direito.
Ele?ainda explica o contexto hist?rico do caso, ao nos lembrar que as terras n?o s?o propriedades de nenhuma tribo, mas sim propriedades da Uni?o (Governo Federal), e que devem ser usufru?das pelos povos ind?genas como reservas. “? fun??o do governo demarcar terras ind?genas, n?o dos ?ndios e nem dos fazendeiros. Por isso cria-se o conflito”, explica Paulo ao contar que os ?ndios n?o est?o invadindo, e sim retomando o local onde seus ancestrais foram enterrados, antes da tribo ser expulsa da terra.
O Pastor tamb?m afirma que?o clima de tens?o atinge v?rios povos ind?genas da regi?o, afinal, todos tem algum parentesco mesmo que distante, e explica tamb?m que os moradores e alguns ve?culos da m?dia apresentam os ?ndios?como violentos, vagabundos e b?bados para tornar a luta ileg?tima, quando na verdade eles est?o buscando um direito que j? foi concedido, mas por quest?es burocr?ticas ainda est?o retidos.
H? ainda o questionamento em rela??o a?forma como a informa??o est?o sendo passadas peala grande m?dia sobre o confronto . “A imprensa d? uma vers?o colocando os ?ndios como vil?es. Imagina um pessoal com pau e inchada enfrentando batalh?o de choque, helic?ptero, metralhadoras”, questiona o mission?rio.
A??o da Anistia Internacional recolhe assinaturas
A Anistia internacional tamb?m est? se mobilizando para apoiar os povos ind?genas no Mato Grosso do Sul. A chamada para o abaixo assinado informa que segundo o Conselho Indigenista Mission?rio (CIMI), a comunidade Apika?y foi notificada e eles podem ser despejados a qualquer momento. Depois da negativa do Governador do Estado do MS em enviar a Pol?cia Militar para realizar o despejo for?ado, o juiz que emitiu a ordem est? solicitando ao Ministro da Justi?a do Brasil o envio da For?a Nacional. Acesse o site da organiza??o para conferir a mat?ria completa, e apoiar as tribos de Mato Grosso do Sul.
Escrito por Sara de Paula