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Nayara Gervasio: os frutos colhidos no projeto Sombra e Água Fresca

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Arquivo Junta de Minist?rio Globais

Nayara Gervasio, 29, cresceu em um ambiente repleto de pessoas envolvidas com miss?o. Sua av?, Iracema de Lima Gerv?sio, j? era volunt?ria em um projeto social da Igreja Metodista em Belo Horizonte (MG), quando o Programa Habitat da United Methodist Church (UMC) dos EUA, conseguiu um terreno para que novas casas fossem constru?das em seu bairro, no in?cio da d?cada de 90. Com o programa, surgiu tamb?m a demanda pelo Centro Comunit?rio Metodista, onde ent?o come?ou o trabalho onde hoje funciona o Sombra e ?gua Fresca (SAF). Foi a? que Nayara iniciou sua caminhada mission?ria.

Expositor Crist?o: Como voc? come?ou a trabalhar na Miss?o Metodista?

Nayara Gervasio: A minha fam?lia foi beneficiada pela casa do Projeto Habitat, minhas tias trabalhavam no centro comunit?rio, minha av? foi volunt?ria l? no tempo da constru??o do centro comunit?rio do bairro de S?o Gabriel e uma das minhas tias era coordenadora da creche. Como eu n?o tinha nada para fazer, vivia enfurnada l?. Comecei cuidando das crian?as menores do projeto enquanto as funcion?rias da creche tinham um tempo de devocional, ainda na adolesc?ncia.

EC: E seguiu seu envolvimento com os projetos do SAF?

NG:
Em 2001 teve a proposta de formar um grupo de teatro, e apresentamos o grupo ensinado pelo Kebel (Cleber de Assis, facilitador do projeto) em v?rios lugares da comunidade. N?s ?ramos em oito adolescentes, e fizemos um grupo de jovens para comunidade em 2003, chamado ?Grupo 100%? que chegou a ter 50 adolescentes, coordenados pelo meu irm?o Davidson Gervasio. ?amos ao Projeto todo o s?bado, e um tempo depois a Teca Greathouse veio com a proposta do projeto ?Sa?de ? Vida?, o que trouxe uma estrutura mesmo para esses jovens. A? todo o s?bado t?nhamos encontro ? tarde, e cada dia vinha um facilitador diferente. Ent?o tivemos encontro com m?dica, a Dra. M?rcia Rovena, com a Ana Clara, filha dela, com orienta?es sobre comunica??o, com o Kebel, a Dulce L?ia que at? hoje trabalha aqui no projeto e a Valqu?ria Nonata falando sobre cultura.

EC: Voc? estudou Administra??o da Universidade Izabella Hendrix como bolsista nesse tempo. Pode contar um pouco desse processo?

NG:
O novo reitor do Izabella conhecia a hist?ria da forma??o do bairro, por que quando come?ou o Projeto Habitat, ele foi uma das pessoas que ajudaram na forma??o do S?o Gabriel. Ele procurou o Gordon novamente perguntando sobre as pessoas do bairro, e nessa ?poca j? tinha o SAF. Inclusive, uma das nossas propostas era apoiar o SAF em suas atividades. Ent?o o Izabella Hendrix abriu um programa de bolsas por demanda comunit?ria, e o reitor disse ao Gordon: ?Fala para os meninos tentarem, e se eles conseguirem passar a gente vai tentar uma bolsa para eles aqui no Izabella?. Ent?o n?s fizemos um grupo de estudo duas ou tr?s vezes por semana a noite, e uma turma passou! Fomos beneficiados com 100% da bolsa.



EC: Mesmo depois da faculdade de Administra??o no Izabella Hendrix, voc?s continuaram envolvidos no projeto?


NG: Ah, a vida de todo mundo mudou, alguns come?aram a trabalhar, outros casaram e o grupo n?o existe mais. Eu fico mais envolvida pois minha m?e ? cozinheira no projeto. Sempre que d? um tempinho eu vou l? fazer o lanche para os meninos. Por toda essa minha caminhada, e da minha fam?lia por parte de pai, que ? metodista, eu nunca acreditei que o cristianismo fosse s? ir na igreja. Eu creio que por conta desse envolvimento da minha fam?lia com os programas, e pelo fato da gente ter sido aben?oado mesmo, eu sempre falo para as pessoas que sou privilegiada de ter tido a oportunidade de conviver nos programas metodistas da forma que eu convivi por que me deu essa linha de pensamento de que n?o existe cristianismo sem justi?a social. Como posso dizer que sou uma pessoa crist? e n?o fazer algo pelo bem do meu pr?ximo?

EC: Voc? tentou exercer alguma outra atividade n?o relacionada a miss?es?

NG:
O meu primeiro emprego formal foi um est?gio na Funda??o Metodista. Apesar de ser um trabalho bem burocr?tico eu sabia que o resultado final daquilo que eu fazia, estava beneficiando algu?m de alguma forma. Ent?o eu n?o tinha muito para onde correr. Ou eu era mission?ria, ou eu era mission?ria.

Copy of NelsonMandela

EC: Como o SAF te ajudou a entender seu chamado para miss?es?

NG: Eu acho que o SAF, principalmente na comunidade onde eu moro, ? um O?sis. ? um bairro muito carente, e o projeto d? ?s crian?as uma no??o do lugar delas no mundo, assim como grupo de jovens deu para mim. As crian?as conseguem sentir que a vida ? mais do que a gente tem aqui. Eu acredito que o meu momento foi h? uns dois anos atr?s. Eu trabalhava em um hotel, em uma vida muito loca com muito trabalho. Pedi f?rias durante o tempo em que os volunt?rios estariam em miss?o no projeto, e eu queria ajudar. No final da primeira semana do trabalho com os volunt?rios, eu estava exausta, meu corpo estava muito cansado, mas a sensa??o de fazer alguma coisa em benef?cio de outra pessoa, aliviava qualquer cansa?o que eu sentisse. Lembro que teve uma noite que eu estava conversando no escrit?rio, a respeito de trabalho. Falei que o que mais me cansava no emprego n?o era o trabalho em si, apesar de ser uma rotina muito cansativa. Era pensar que eu n?o estava trabalhando para beneficiar ningu?m. S? estava trabalhando para deixar algu?m mais rico. Isso me incomodava muito por que n?o enriquecia a vida das pessoas.

EC: Voc? fez um?caminho at? a junta de miss?es globais, mesmo sem saber fala ingl?s quando ingressou no programa?

NG:
Tinha uma mission?ria aqui, a Hanna Song da Cor?ia do Sul, e ela, a Teca e o Gordon Greathouse me falaram sobre o programa Generation Transformation. ?Olha, talvez isso seja bom para mim?, pensei. ?Mas como eu vou participar de um programa que ? tudo em ingl?s? Vou deixar esse neg?cio de lado?, e deixei. Em 2014 adoeci no emprego por causa de stress e fui mandada embora. Em julho de 2015 os mission?rios voltaram, e no primeiro dia deles aqui durante a devocional colocaram a m?sica ? Do Something?, do Matthew West para tocar, e pedi para minha prima, que falava ingl?s, traduzir depois para mim. Tem uma parte que pergunta ?Deus, como pode haver tanta pobreza no mundo, e o Senhor n?o faz nada para mudar isso? ?, e Deus fala com essa pessoa ?Eu criei voc? para ser resposta?. Via os mission?rios trabalhando e pensava como era legal sair do seu pa?s para ir em outro pa?s, ent?o um dia um dos mission?rios do grupo me deixou um bilhete com o trecho de Romanos 15:13. E sabe quando voc? sente uma confirma??o? Uma certifica??o? Acreditei que um dia poderia fazer miss?o assim tamb?m. A equipe do SAF me incentivou muito para tentar, apesar da falta do ingl?s. No natal de 2015, um mission?rio de Camar?es falou que faria minha ficha para o programa. ?Voc? sabe o que tem que fazer, sabe que ? uma mission?ria, ent?o o que te custa fazer? ?, ele me perguntou. Falei que n?o sabia falar ingl?s, ao que ele respondeu que n?o era o meu problema, pois ele mesmo me daria as aulas. Achei que n?o ia passar n?o, pois ainda tinha tr?s entrevistas em ingl?s. Fiz todas e n?o entendi at? hoje como eles me entendiam. Brinco que descia uma nuvem e eu falava em l?nguas, que no caso era o ingl?s. Tinha t?o pouca f? que iria passar, que nem passaporte eu tinha para participar do treinamento nos EUA. Quando passei todo mundo me ajudou e consegui tirar a documenta??o, visto e ir esse ano. (Leia a tradu??o da m?sica “Do Something” aqui)

EC: Poderia falar sobre?a import?ncia e participa??o do SAF nesse processo da sua vida?

NG:
Quando eu vejo o trabalho que eles fazem, principalmente na minha comunidade, eu percebo que todo o lugar no mundo tinha que ter um SAF! Eu vejo que uma crian?a que foi do projeto, hoje se tornou um funcion?rio oficial l?, depois de ter sido volunt?rio por um tempo. Percebo que o Sombra gera ciclos virtuosos nas pessoas quando vejo os meninos voltarem para o projeto e falarem ?Tia, eu quero vir e ajudar a fazer alguma coisa?, porque eles entendem como aquilo ? importante para gera??o depois deles. Apesar da gente s? poder atender poucas crian?as, eu olho para projeto e vejo que ? um elemento transformador, ajudando a mudar a paisagem da comunidade. Os pais e envolvidos reconhecem o compromisso do SAF. Eu acho que o nosso grande problema no Brasil e no mundo ? n?o olhar para as crian?as do jeito que elas s?o. Se voc? n?o cria mecanismos de educa??o e prote??o, elas ficam ? merc? de qualquer um. Quando uma crian?a se sente amada e protegida, n?o ? qualquer um que tira ela dessa zona de seguran?a, e eu acho que o SAF d? isso no sentido de educa??o crist?, por exemplo, quando elas entendem o amor de Deus por elas, e que naquele espa?o elas podem se sentir amadas e protegidas. Seguran?a d? vida. Sou f? de carteirinha do SAF. No meu bairro, o espa?o das crian?as ? o projeto!

O pr?ximo passo de Nayara, que frequenta a Igreja Batista Nacional da Esperan?a, ? seguir para El Salvador para trabalhar com os imigrantes, refugiados e fam?lias v?timas da viol?ncia na miss?o. Voc? pode conhecer melhor o projeto da UMC e ajudar o projeto da Junta de Miss?es Globais. Acesse aqui.

Escrito por Sara de Paula | Rep?rter EC

Publicado originalmente no Expositor Crist?o de setembro | Acesse?e fa?a download gratuito

Saiba como doar para o Projeto Sombra e ?gua Fresca, que atende cerca de 3 mil crian?as em todo pa?s!

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