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Amizade no mundo pós-moderno

2017_02_amizade_artigo

A arte da amizade ? o desenrolar de sentimentos e a?es mais belos que existem entre as pessoas. ? doa??o de tempo, espa?o, cumplicidade e doa??o baseada somente no amor. Por isso, o escritor dos prov?rbios afirmou que ?… h? amigo mais chegado do que um irm?o? (Pv 18.24b).

O que significa amizade na p?s-modernidade quando homens e mulheres se transformam cada vez mais em seres egoc?ntricos, exclusivistas e indiferentes aos relacionamentos interpessoais? A resposta a essa pergunta leva-nos a refletir sobre o comportamento do g?nero humano na atualidade.

Com o dom?nio da tecnologia, o ser humano tem se tornado um fracasso em construir relacionamentos amig?veis com o/a seu/a semelhante. Intoler?ncia, descaso e desrespeito somados a outros elementos s?o indicadores que ajudam a fundamentar esse fracasso. Relacionar-se f?sica, emocional e sentimentalmente tem sido para as pessoas que vivem no mundo tecnol?gico da p?s-modernidade desafiador. F?cil e pr?tico mesmo ? constituir v?nculos amig?veis atrav?s das redes sociais. Ao primeiro sinal de insatisfa??o no relacionamento virtualmente criado ? s? clicar em uma tecla do computador, tablet, iPhone ou outro aparelho e instantanea?mente a amizade se desfaz. Simples assim.

O medo, por sua vez, tamb?m adquire um ?mpeto e uma l?gica no contexto de vida relacional da humanidade. Esse aspecto ? um forte inibidor de toda e qualquer inten??o pr?-existente nas pessoas no que se refere a criar relacionamentos duradouros e pr?ximos. Esse fator ? ressaltado quando a vida social das pessoas se altera e passa a ser desenvolvida atr?s de muros, sob a prote??o de seguran?as contratados/as. Quando dirigem ve?culos blindados, portam armas e frequentam escolas especializadas em artes marciais. O medo estimula a assumirem uma postura defensiva e de distanciamento na conviv?ncia social. Isso as transformam em gente solit?ria e incomunic?vel.

A decep??o causada pelo fracasso de um relacionamento fraterno entre amigos/as, que tinha todas as possibilidades em dar certo, tamb?m tem se constitu?do para muitos/as um paradigma de resist?ncia ao valor da amizade. ? que a dor ? muito intensa quando ocorre tal decep??o, originada de uma palavra mal pronunciada, um gesto negativo, um ato desonesto ou at? mesmo por uma trai??o semelhante ?quela praticada por Judas em rela??o a Jesus (Mc 14.10). Ningu?m que trilha uma rota arquitetada assim se exp?e a assumir ou a construir novamente um relacionamento amig?vel com o outro.

De maneira racional e an?loga, pelos padr?es e estilos de vida impostos pelo mundo p?s-moderno, a amizade foi reduzida a um mero e insignificante detalhe impessoal e/ou profissional.

Como podemos resolver isto?

No mundo b?blico, a amizade obedecia a padr?es precei?tuais estabelecidos pela tradi??o de homens e mulheres que n?o abriam m?o de um relacionamento com o/a vizinho/a, parente e estrangeiros/as forjados/as por exig?ncia da vida dura que levavam. Na categoria de crist?os e crist?s, devemos reafirmar o que as Escrituras Sagradas ensinam sobre este assunto.

O exemplo maior sobre a amizade entre n?s tem a sua g?nese em Deus. Gostaria de apontar dois exemplos no Antigo Testamento e um no Novo Testamento. Segundo as Escrituras Sagradas, o pr?prio Deus chamou Abra?o, o patriarca da f?, ?meu amigo? (Is 41.8 cf. II Cr 20.7; Tg 2.23). Foi a obedi?ncia pela f? incondicional que fez de Abra?o amigo de Deus.

Outro personagem considerado amigo de Deus foi Mois?s. Em ?x 33.11a, lemos: ?O Senhor falava com Mois?s face a face, como quem fala com seu amigo…?. Isso demonstra a extens?o do relacionamento entre Deus e Mois?s. Relacionamento verdadeiro entre amigos. J? no Novo Testamento, os/as disc?pulos/as de Jesus s?o por Ele chamados/as ?amigos/as?, e n?o mais servos/as, isto pela tamanha proximidade e cumplicidade existente entre eles/as. Em Jo 15.12-15 lemos: ?V?s sois os meus amigos… tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer?.

Por onde devemos come?ar a resolver o problema da crise ou da falta de amizade?

A reflex?o sobre este assunto ? bastante pessoal. Se temos a consci?ncia de que a amizade entre n?s ? uma orienta??o b?blica, n?o devemos resistir em vivenciarmos a sua pr?tica. O ap?stolo Jo?o escreveu ?Se algu?m disser: Amo a Deus, e odiar a seu irm?o, ? mentiroso; pois aquele que n?o ama a seu irm?o, a quem v?, n?o pode amar a Deus, a quem n?o v? (I Jo 4.20). O ato de sermos amigos/as deve nascer em cada um/a de n?s, em nossa particularidade, pautado pelas palavras do ap?stolo. ? imposs?vel para o g?nero humano viver isoladamente sem se envolver fraternalmente com o/a seu/a semelhante. A arte da amizade, al?m de ser divina, gera conviv?ncia entre pessoas com liberdade.

Soli Deo Gratia

Rev. Juarez Ferreira de Jesus | Pastor na 4? Regi?o Eclesi?stica

Publicado originalmente no Expositor Crist?o impresso de fevereiro/2017. Acesse aqui.

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