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40% das mulheres vítimas de violência doméstica são cristãs

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A viol?ncia dom?stica ? uma triste realidade no Brasil. O resultado de uma pesquisa da Universidade Presbiteriana Mackenzie, a partir de relatos colhidos por organiza?es n?o governamentais (ONGs) que trabalham no apoio ?s v?timas desse tipo de viol?ncia, descobriu uma informa??o ainda mais alarmante: 40% das mulheres que se declaram v?timas de agress?es f?sicas e verbais de seus maridos s?o evang?licas.

A pesquisa aponta ainda que muitas das v?timas dizem sentirem-se coagidas por seus/as l?deres religiosos/as a n?o denunciarem seus maridos. Os/as respons?veis pelo estudo ressaltam que as comunidades de f? onde essas mulheres que sofrem viol?ncia congregam precisam agir de maneira diferente.

A pesquisa chamou aten??o do programa de televis?o De Tudo Um Pouco, da Rede Super, que entrevistou o pastor Renato Vieira Matildes e o advogado Ant?nio Cintra Schmidt, os quais analisaram os dados dessa pesquisa no in?cio de novembro.

No programa, Matildes aponta a omiss?o dos/as pastores/as como parte importante e que contribui com os casos de viol?ncia dom?stica: ?A gente percebe a omiss?o pela falta de orienta??o e pela omiss?o mesmo de n?o querer informar. Porque ? mais f?cil virar e dizer: ?Olha, v? embora que n?s vamos orar e Deus vai fazer a obra??, disse.

Para o advogado Ant?nio Cintra Schmidt, as mulheres tamb?m s?o respons?veis, j? que muitas delas n?o fazem a den?ncia do agressor. Isso inviabiliza e retarda as a?es judiciais. ?N?o esper?vamos encontrar, no nosso campo de pesquisa, quase 40% das atendidas declarando-se evang?licas?, diz trecho do relat?rio divulgado pela Rede Super.

Schmidt aponta ainda que a igreja pode ter condi?es de ajudar a mulher que se encontra nessa situa??o. ?Seria muito interessante se as igrejas tivessem esse acompanhamento e esse grupo para ajudar na conscientiza??o da mulher?, comentou. Para assistir ? entrevista acesse http://bit.ly/2f7Ux97.

Lei Maria da Penha ?-?A Lei Maria da Penha, que busca garantir a seguran?a feminina e puni??o aos agressores, ? considerada pela ONU como uma das tr?s leis que d?o maior prote??o ?s mulheres em todo o mundo, mas, segundo a pr?pria organiza??o, ainda precisa de mudan?as.

O Instituto DataSenado, criado em 2005 para acompanhar, por meio de pesquisas, enquetes e an?lises, a opini?o p?blica sobre o Senado Federal e atua??o parlamentar sobre temas em discuss?o no Congresso Nacional, divulgou em agosto do ano passado os n?meros sobre a viol?ncia dom?stica e familiar contra a mulher. Foram ouvidas 1.102 brasileiras.

A pesquisa aponta que 100% das brasileiras sabem da exist?ncia da Lei Maria da Penha, promulgada em 2006. Uma boa parcela das mulheres ainda se sente desrespeitada, e uma em cada cinco j? sofreu algum tipo de viol?ncia. Desse total, 26% ainda convivem ou j? tiveram rela?es afetivas com o agressor. Os n?meros apontam que 49% j? sofreram agress?es pelo pr?prio marido ou companheiro, 21% foram agredidas pelo ex-companheiro, ex-marido ou ex-namorado.

A pesquisa ? realizada a cada dois anos com mulheres de v?rias partes do pa?s. Os ?ndices sobre o aumento da viol?ncia permaneceram est?veis quando comparados com os levantamentos anteriores. Para 63% das mulheres que responderam, a viol?ncia dom?stica e familiar cresceu; 23% afirmaram que continuou igual e para 13% a viol?ncia contra a mulher diminuiu. As agress?es f?sicas ainda s?o majorit?rias entre os tipos de viol?ncias praticadas contra as mulheres, uma vez que 66% das v?timas disseram ter sofrido esse tipo de agress?o.

A viol?ncia psicol?gica registrou crescimento de 10 pontos percen?tuais ? 48% agora contra 38% em 2013. Em contrapartida, houve redu??o da viol?ncia moral ? de 39% em 2013 para 31% agora. O ci?me e o consumo de bebidas alco?licas s?o os principais desencadeadores das agress?es ? 21% e 19%, respectivamente. Acesse a pesquisa DataSenado aqui http://bit.ly/2dyhjWb.

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Feminic?dio -?A rep?rter do EC, Sara de Paula, publicou no Expositor Crist?o on-line no in?cio de novembro uma reportagem sobre o Feminic?dio (persegui??o e morte intencional de pessoas do sexo feminino) no Brasil. A pauta surgiu com outra preocupa??o da Ag?ncia Patr?cia Galv?o que divulgou dia 7 de novembro o Dossi? sobre Feminic?dio no pa?s. Os n?meros alarmantes legitimam a necessidade de organiza?es da sociedade civil, incluindo igrejas, de assumirem a responsabilidade de lutar por quest?es como o fim da invisibilidade de viol?ncia contra a mulher. Com a hashtag #InvisibilidadeMata, a organiza??o lan?a junto com o dossi? um chamado para divulga??o do documento na imprensa.

Com um trabalho de profundidade, a ag?ncia destaca como os n?veis de viol?ncia crescem quando olhamos para mulheres negras. Por isso, um dos infogr?ficos ? destinado especificamente para explicar o dado.

A?es da Igreja Metodista -?A Igreja Metodista no Brasil, por meio da Confedera??o Metodista de Mulheres (CMM), j? discutiu o tema v?rias vezes em suas assembleias nacionais. Em 2014, por exemplo, a IX Assembleia Geral realizada em Gramado/RS levou o pastor S?rgio Abuna Andrade para falar sobre o assunto. A nova gest?o da CMM tamb?m tem combatido fortemente essa realidade por meio de campanhas. Uma delas ? a campanha internacional Quinta-feira Uso Preto. A iniciativa ? fazer um protesto silencioso que busca conscientizar homens e mulheres sobre o problema no pa?s e capacitar os/as envolvidos/as com a campanha para acolher as v?timas de todo tipo de viol?ncia.

As Federa?es e Sociedades de Mulheres de todas as Re?gi?es Eclesi?sticas e Mission?rias est?o engajadas na campanha. Este ano o tema esteve presente em grande parte dos encontros locais, regionais e nacionais. O Encontro de Capacita??o de Mulheres Metodistas, que aconteceu na Faculdade de Teologia Metodista, em S?o Bernardo do Campo (SP) no in?cio de junho, ? um bom exemplo. Leia aqui http://bit.ly/2eJBDGW.

Os homens metodistas tamb?m est?o envolvidos na causa. Em fevereiro deste ano a Confedera??o Metodista de Homens emitiu um pronunciamento que foi publicado no Expositor Crist?o. ?Entendemos que ? necess?rio envolvermos os homens na defesa da igualdade de g?nero, precisamos levantar a bandeira da n?o viol?ncia contra a mulher, defendermos um relacionamento conjugal sadio, cobrarmos da Igreja Metodista que estamos construindo que seja relevante nesse aspecto?, diz o documento.

Escrito por Jos? Geraldo Magalh?es

Publicado originalmente no Jornal Expositor Crist?o Impresso de dezembro 2016

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