
A not?cia de uma gravidez inesperada antes do casamento nem sempre ? recebida com aplausos. J?ssica Mantovan tinha apenas 23 anos quando engravidou. Ela temia o que poderia acontecer por v?rios motivos. O que a Igreja iria pensar e qual seria a rea??o da m?e.
?Cresci em uma fam?lia metodista tradicional e fui criada ouvindo minha m?e dizer que, se um dia eu engravidasse sendo solteira, eu seria expulsa de casa?, disse J?ssica. O que ela temia n?o aconteceu. Tanto a m?e como a Igreja a acolheram e acompanharam todo o per?odo da gesta??o do Henrique, que hoje est? com 11 anos, mas o sentimento de culpa acompanhou-a por longos meses.
?Com seis meses de gravidez e casamento marcado, fui abandonada pelo meu namorado. A culpa e vergonha que sentia eram enormes, os valores crist?os que aprendi me faziam sentir a mais pecadora entre as mulheres?, desabafou.
J?ssica reconhece que tanto a fam?lia como os/as irm?os/?s da Igreja foram fundamentais no processo de restaura??o e reconstru??o do lar. ?Eles/as viram meu sofrimento e me apoiaram, me deram for?as durante todo o tempo. Reconstru? minha vida e continuamos firmes na igreja. Tenho certeza de que se tivessem me exclu?do na ocasi?o, a hist?ria teria sido diferente?, finalizou.
Na maioria dos casos de gravidez antes do casamento, os homens acreditam que o casamento ? a solu??o. Em outros casos chegam a assumir o/a filho/a, mas n?o querem assumir a nova m?e. Esses ?ndices acabam aumentando os dados de m?es solteiras no pa?s.
O Instituto Data Popular, em pesquisa divulgada h? um ano, apontou o Brasil com 67 milh?es de m?es. Desse total, 31% s?o solteiras e 46% trabalham. Mais da metade (55%) pertence ? classe m?dia, 25%, ? classe alta e 20% s?o de classe baixa. Os/As filhos/as adultos/as que ajudam nas despesas da casa n?o ultrapassaram os 36%. A pesquisa foi divulgada h? um ano.
Erica Celestino de Oliveira ? outro exemplo. A gravidez n?o estava nos planos, mas aconteceu. ?Enfrentei tudo sozinha, desde as idas ao m?dico durante o pr?-natal at? hoje?, disse.?O pai n?o assumiu o filho e, para testificar se Gabriel era mesmo filho dele, segundo Erica, o inesperado aconteceu. ?Ele teve a coragem de levar a m?e dele l? em casa para ver se o Gabriel tinha alguns tra?os dele. Feita a ?verifica??o?, ele registrou a crian?a?, disse.
A vida de Erica mudou depois do nascimento de Gabriel. Ela destaca que as responsabilidades aumentaram, as dificuldades no in?cio foram grandes porque ela havia perdido o pai h? pouco mais de um ano e tinha que, a partir daquele momento, aprender a ser m?e com ajuda, claro, da pr?pria m?e.
?Quando ouvi o choro do Gabriel pela primeira vez, eu j? sabia que a partir daquele dia n?o iria mais conseguir dormir por causa das preocupa?es normais de m?e. Mesmo sem o apoio do pai dele para nada, ter o Gabriel foi um presente de Deus em minha vida?, finalizou Erica que mora com a m?e, D. Regina Celestino, e com o filho, que hoje tem 12 anos no Rio de Janeiro.
Ser m?e, como j? disse o Papa Francisco em certa ocasi?o, ?n?o ? um estado civil; m?e ? m?e!?. Parab?ns a todas as Ericas e J?ssicas espalhadas pelo Brasil afora neste m?s de maio; mulheres guerreiras que lutam para criar os/as filhos/as da melhor forma poss?vel.
Escrito por Jos? Geraldo Magalh?es