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Olhos bons ou maus

2017_08_olhosbons

Nossa l?ngua portuguesa ? rica e carregada de met?foras, coloquialismo, figuras de linguagens e muito mais pegadinhas que podem nos ajudar ou nos complicar; visto que palavras n?o foram feitas para ferir ningu?m, mas sim para trazer vida aos/?s que ouvem, recai sobre n?s a responsabilidade de buscar cada vez mais um modo de falar inclusivo e aben?oador a todos/as.

Em Mateus 6.22-23 encontramos um texto que, se interpretado literalmente, pode trazer dificuldades a deficientes visuais. Vamos ao texto: ?Os olhos s?o a candeia do corpo. Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo ser? cheio de luz. Mas se os seus olhos forem maus, todo o seu corpo ser? cheio de trevas. Portanto, se a luz que est? dentro de voc? s?o trevas, que tremendas trevas s?o!?.

Interessante observar que, em um primeiro olhar, o texto citado parece n?o possuir conex?o com o todo. Se nos aprofundarmos no texto, podemos facilmente notar que h? uma harmoniza??o perfeita, pois o verso 22 diz que onde est? o nosso tesouro ali est? nosso cora??o, e o 24 diz que n?o podemos servir a Deus ou ao dinheiro, ? precisamente neste contexto em que est? inserida a fala de Jesus ? se os nossos olhos forem maus, ou seja, materialistas apegados ?s coisas terrenas, todo o nosso corpo tamb?m estar? em mau estado e jamais viver? para Deus e as coisas que compreendem seu reino.

Penso que para fazermos uma interpreta??o correta ? preciso verificar o que o texto B?blico n?o quer dizer e, posteriormente, o passo seguinte: seu real significado e sua aplica??o. O texto aqui analisado n?o quer nem de longe dizer que se uma pessoa possui cegueira ela n?o est? apta para seguir a Cristo, mas sim que com olhos perfeitos ou cegos apegados ?s riquezas do mundo o reino do Senhor n?o est? nela. Ent?o, como devo usar o texto de Mateus 22-23 em minha comunidade? O que ele realmente quer dizer, os/as apaixonados/as pelas gl?rias terrenas n?o t?m olhos bons para o reino de Deus, sem jamais deixar transparecer que uma pessoa com defici?ncia n?o ? bem-vinda ao rebanho mission?rio do Senhor.

? poss?vel para alguns de nossos/as leitores/as que o presente seja preciosismo demais, mas verdadeiramente creio n?o ser o caso, e para refor?ar o que expus conto uma triste, por?m, importante experi?ncia que vivi: Um garotinho puxava sua v? pelas m?os, que j? andava encurvada pela idade. De repente ele diz: ?V?! a senhora n?o ? de Deus??. A v?, assustada, pergunta: ?Por que, meu filho??. Ent?o:?Porque eu aprendi na m?sica do homenzinho torto, que quem ? torto n?o ? de Deus e precisa ser endireitado!?. Depois do ocorrido tomei a decis?o de n?o ensinar mais a referida m?sica na igreja, pois, embora seu autor n?o tivesse a inten??o de tal interpreta??o, o fato ? que comunica??o n?o se d? somente pelo que eu falo, mas sim pelo que o/a outro/a entende.

Portanto, o que se requer de n?s, despenseiros/as da pura mensagem do Evangelho de Cristo, ? sensibilidade na linguagem e no cora??o para, deste modo, evidenciar sempre a maravilhosa inclusibilidade que ? pr?pria do Senhorio de Cristo. Humildemente convidamos todos/as a uma releitura dos textos sagrados sobre o olhar da pessoa com defici?ncia, louvamos a Deus, pois a Igreja Metodista, pelo que sabemos, foi a primeira a fazer uso da linguagem inclusiva.

Assista ao v?deo com o Bispo Luiz Verg?lio sobre a Pastoral da Inclus?o pelo seu celular.

Pr. Enoque Rodrigo de Oliveira Leite

Pastoral Nacional de Inclus?o

Publicado originalmente no jornal Expositor Crist?o de agosto/2017

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