Publicado por Redação em Discipulado, Notícias - 10/08/2018 às 08:42:49

Grupo ou equipe no discipulado?

2018-08-discipulado-918-800x568.jpg

Foto: © FatCamera / istockphoto.com

Entendemos que o coração do discipulado é a formação de líderes. Nenhum programa, objetivo ou estratégia no discipulado se manterá firme por muito tempo sem líderes formados/as com muita qualidade. Entretanto, temos observado, em várias experiências, que muitos/as líderes são formados/as com um enorme potencial, mas nem sempre esses talentos individuais se expressam com a mesma intensidade na funcionalidade do Corpo.

Jesus veio a esse mundo com uma missão a cumprir: trazer salvação à humanidade, abrindo um novo caminho do homem até Deus (Mt 18.11; Hb 10.20). A sua missão de ir à Cruz, vencer o pecado e livrar a humanidade da morte eterna era algo que Ele poderia realizar sozinho. Somente Jesus poderia morrer na Cruz para salvar a humanidade. Mesmo assim, no Seu ministério, vemos Jesus chamando 12 homens para caminhar com Ele no discipulado, porque sabia que aquilo que conquistaria na Cruz apenas seria mantido e expandido através dos Seus/as discípulos/as (Jo 17. 4; 8; 18; 20).

No tempo que Jesus passou discipulando Seus/as seguidores/as, não se preocupou apenas em formar líderes, mas sim em transformar aqueles homens e mulheres comuns em uma equipe revolucionária. Nesse sentido, precisamos dar um passo além no discipulado que realizamos em nossas comunidades. Não podemos apenas formar grupos de líderes; precisamos focar em desenvolver esses/as líderes, formando uma equipe na qual os potenciais individuais se reflitam na intensidade do serviço do Corpo.

Permita-me utilizar os conceitos de grupo e equipe que são empregados no mundo corporativo das organizações: Um grupo se refere a um ajuntamento de pessoas com habilidades e competências diversas, que compartilham do mesmo espaço laboral, com metas a serem atingidas, em que cada um/a realiza suas atividades individualmente, sem que, necessariamente, haja colaboração entre as partes e, portanto, podendo haver competição entre elas. Já uma equipe são pessoas com habilidades e competências pessoais que compartilham de um objetivo comum, e, para atingi-lo, realizam suas atividades cooperando e complementando a atividade do/a outro/a, sendo que essa mutualidade é o que garante o resultado a ser alcançado.

Creio ser essa a visão levantada pelo apóstolo Paulo em 1 Co 12, quando trata da Igreja como Corpo de Cristo. A mutualidade é o dever que cada crente tem para com o/a outro/a como membro da família de Deus, e, além disso, o dever de cada parte é cooperar para que o corpo cumpra seu objetivo comum. Na formação de líderes para o discipulado, nosso encargo deve ser levantar uma equipe na qual cada líder complemente o serviço do/a outro/a. Percebemos que uma equipe revolucionária no discipulado traz as seguintes marcas bíblicas:

1. Uma equipe bíblica é guiada por um propósito único. A Igreja tem a missão de cooperar com Deus na salvação da humanidade. Uma equipe de líderes no discipulado se guia por esse propósito. Na oração sacerdotal, Jesus clama para que Seus/as seguidores/as tenham essa unidade de propósito (Jo 17.20-23). Se não houver essa coesão de propósito, nenhum ministério se firmará ou resistirá (Mt 3.24,25).

2. Uma equipe bíblica possui uma estratégia clara para atingir sua missão. Jesus estabeleceu que a estratégia é fazer discípulos/as (Mt 28.18-20). Em nossos documentos, nós, metodistas, definimos que o discipulado é uma estratégia para cumprir a missão. Uma equipe bíblica trabalha com a estratégia do discipulado para levarmos a transformação do evangelho em que as pessoas estão sedentas e famintas, fazendo delas, discípulas de Jesus.

3. Em uma equipe bíblica, cada parte tem seu papel a desempenhar. Em uma equipe bíblica não deve existir comparação e competição. O que se estabelece em seu meio é um profundo senso de cooperação entre cada parte do corpo. Cada um tem dons e habilidades específicos e os colocam a serviço do Corpo e através do Corpo (1 Co 14.26 e Ef 4.11-13). O mais revolucionário em uma equipe bíblica é quando cada parte cumpre sua função e supre as carências das outras partes. Uma engrenagem funcionando perfeitamente.

4. Uma equipe bíblica pode alcançar objetivos extraordinários. Quando existe unidade de propósito e todos/as trabalham em função desse objetivo comum, “não há restrição para tudo que intentam fazer” (Gn 11.6). Verdadeiramente, o grande segredo para alcançar objetivos extraordinários está na unidade da equipe. Existe uma expectativa no coração de Jesus de que a equipe de discípulos/as que Ele formou (e continua formando) alcance as obras que Ele fez e outras ainda maiores (Jo 14.12). Isso só é possível através de uma equipe bíblica de discipulado.

Que Deus nos ajude e nos leve a sermos uma equipe no discipulado cristão. 


Pastor Fernando Lopes Balthar | 4ª Região Eclesiástica
Publicado originalmente na edição de agosto de 2018 do Jornal Expositor Cristão impresso


Posts relacionados

Notícias, Artigo DNTC, por José Geraldo Magalhães Jr.

Identifique o comportamento da criança

Mudança de comportamento é comum em crianças que são vítimas de violência. No trabalho com elas nos envolvemos com ações de proteção, ensino e cuidado com a criança. No que se refere à proteção, um dos aspectos a se observar é a violência doméstica, presente em muitas famílias, que atinge diretamente a vida da criança fisicamente (em muitos casos) e emocionalmente (em todos os casos), e verificamos que elas frequentemente são desacreditadas ao relatarem o que sofreram.

Artigo, Reflexão, Episcopal, Opinião, Notícias, por José Geraldo Magalhães Jr.

Palavra Episcopal EC outubro: Duas mães e um rei justo: quem temos sido nessa história?

O texto mencionado acima revela algumas realidades humanas que nos fazem refletir, bem como devem nos fazer reagir positivamente com santa indignação e amorosa compaixão. Temos três personagens em destaque nesta narrativa. O rei justo que existe para promover justiça e paz. A mãe que perde o filho por acidente ou descuido e a mãe que poderia ter perdido o filho por roubo.