Publicado por José Geraldo Magalhães em Igreja e Sociedade - 26/12/2021 às 22:51:42

Desmond Tutu, arcebispo da África do Sul e vencedor do Nobel da Paz, morre aos 90 anos

Morreu neste domingo, aos 90 anos, o arcebispo Desmond Tutu, da Igreja Anglicana na África do Sul, um dos mais importantes ativistas da luta contra o apartheid, que lhe rendeu o Prêmio Nobel da Paz de 1984. Religioso atuou na luta contra apartheid, defendendo sanções internacionais contra o regime de segregação racial e direitos iguais para todos.

Diagnosticado com câncer de próstata no final da década de 1990, o religioso foi hospitalizado várias vezes nos últimos anos para tratar de infecções associadas à doença.

"O falecimento do arcebispo emérito Desmond Tutu é outro capítulo de luto na despedida de nossa nação a uma geração de notáveis sul-africanos que nos deixou como legado uma África do Sul libertada", disse o presidente Cyril Ramaphosa, em comunicado.

Ativista pelos direitos humanos, o arcebispo anglicano falava sobre a ocupação do território palestino por Israel, direitos da população LGBTQIA+, mudanças climáticas e outros assuntos de relevância mundial. 

Tutu deixa a esposa, Nomalizo Leah, e quatro filhos. 

Luta contra o racismo

Em 1984, Tutu recebeu o Nobel da Paz por sua oposição não violenta ao apartheid. Uma década mais tarde, ele testemunhou o fim do regime e presidiu a Comissão da Verdade e da Reconciliação, criada para revelar as atrocidades cometidas durante aqueles dias sombrios.

Tutu comandou numerosas marchas e campanhas para acabar com o apartheid nos degraus da entrada da Catedral de São Jorge, e em resultado disto esta se tornou conhecida como a "Catedral do Povo" e um símbolo poderoso da democracia local.

Ele foi amigo de toda a vida de Nelson Mandela, e durante algum tempo morou na mesma rua do município sul-africano de Soweto -- a única rua do mundo que abrigou dois ganhadores do Prêmio Nobel da Paz.

Ordenado sacerdote em 1960, serviu como bispo do Lesoto de 1976-78, bispo assistente de Joanesburgo e reitor de uma paróquia em Soweto.

Tutu usou sua função relevante de sacerdote para falar contra a opressão dos negros, sempre baseado em motivos religiosos e não políticos.

Ele também foi creditado por cunhar o termo "Nação Arco-Íris" para descrever a mistura étnica da do país, mas em seus últimos anos andava lamentando que a nação não se uniu do modo como ele sonhou.

Com informações O Globo e G1

 


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