Publicado por Redação em Notícia - 29/05/2023 às 09:44:37

Cremos na Igreja

 

Não deixemos de reunir­-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês veem que se apro­xima o Dia” (Hebreus 10:25)

Segundo as mais respeitadas inter­pretações, secularização é um processo gradual de abandono de preceitos que se apoiam na religiosidade. A secula­rização propõe um modo de vida não mais estruturado em torno de uma re­ligião. Em outras palavras, é tornar os aspectos que nos conectam com Deus irrelevantes. Jesus já tinha nos adver­tido que poderíamos perder a nossa essência (nossa alma) ao aceitarmos as imposições de valores de um sistema que é pautado pelo pecado (mundo).

Na sequência de tornar sem valor os aspectos religiosos, a Igreja tam­bém tem sido alvo de depreciação e abandono. Por ocasião do “mês do Metodismo” e da proposta do Jornal Expositor Cristão de reafirmar nos­sas crenças, precisamos resgatar que a doutrina da Igreja Metodista é ca­tegórica em apontar que cremos na Igreja! Tendo por referência o clássi­co livro As Crenças Fundamentais dos Metodistas, não podemos desconside­rar que a Igreja é a agência responsável por fomentar o anúncio do Evangelho do Cristo de geração em geração. Me­todistas creem na Igreja.

Acerca dos “últimos dias”, em Mateus 24, Jesus nos advertiu que, infelizmen­te, se escandalizar com falsos profetas seria normal e, como resultado desses enganos e multiplicação da maldade, o amor de muitos esfriaria. O Cristo chegou a afirmar no texto supracitado que, se esses últimos dias não fossem abreviados, ninguém se salvaria. A ad­vertência diante desse atestado trágico é para que se persevere até o final. Jesus nunca falou que a Igreja seria tão no­civa a ponto de precisar ser descartada ou desmobilizada em algum momento. Diante dos falsários e multiplicadores de maldade, a ordem é resistir.

Sobre a crença do Metodismo na Igreja, precisa ficar claro que a mesma não é uma ideia, mas literalmente o corpo, visibilidade do Cristo na Ter­ra. O modelo de Igreja será sempre a comunidade de Atos dos Apóstolos, a primeira Igreja. É impossível descon­siderar a ideia de grupo das ações da Igreja Primitiva. As expressões “uni­dos”, “reunidos”, “perseverar juntos”, “orar juntos”, “compartilhar”, dentre outras similares, compõem as caracte­rísticas daquela comunidade.

A Igreja Primitiva não tinha endereço fixo e prédios consolidados como as atuais, mas ao se reunir nas casas fica eviden­te o princípio de ajuntamento. Não existe Igreja sem reunião de pessoas. A instituição dos Diáconos em Atos 6 ocorreu pela ineficiência no cuidado com parte da membresia da Igreja, de­monstrando uma dinâmica presencial dos crentes.

Para nós, metodistas, o Cristia­nismo compartilha as Boas Novas de Jesus, e a Igreja é o instrumento ter­reno que Deus usa para propagação das Boas Novas e aperfeiçoamento dos crentes. Sobre a crença na Igre­ja, o livro As Crenças Fundamentais dos Metodistas diz o seguinte: “To­dos os cristãos sinceros reconhecem com pesar as imperfeições do vaso de barro que chamamos de Igreja. Ela é imperfeita porque é feita de pesso­as imperfeitas. Por isso os cristãos se esforçam devotamente para tornar a Igreja um instrumento mais eficaz para fazer a obra de Deus sobre a Ter­ra” (página 111).

O chamado nunca foi para ceder às incoerências de quem compõe a Igreja, mas de transformar realida­des adversas. A Igreja Metodista não é perfeita quanto às pessoas que a compõem, bem como a partir de suas incoerências institucionais, contudo, a mesma é necessária como propaga­dora do Evangelho do Cristo. A Igreja revela a mensagem sobre Deus. É a Igreja quem potencializa o ser huma­no, vendo as pessoas na perspectiva do Deus que as criou e que as amou a ponto de pagar por essas o preço do pecado.

A Igreja é o ambiente de des­pertamento de vocações. É a partir da Igreja que somos desafiados a bus­car o ideal de fraternidade universal, buscando cumprir a Missão de fazer discípulos e discípulas de Deus.

Um crente sem igreja é como uma criança sem família, um soldado sem exército, um jogador sem equipe, uma brasa sem braseiro, um estudante sem escola, um marinheiro sem navio, uma ovelha sem rebanho.

Corpo só é saudável com suas partes conectadas. Cremos na Igreja!

 

Bispo Bruno Roberto Pereira dos Santos

Presidente da 4ª Região Eclesiástica

 


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