Publicado por Redação em Notícia, Igreja e Sociedade, Nacional - 31/05/2017 às 15:43:16

Chamamento ao povo metodista brasileiro sobre o atual momento político

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As notícias recentes de denúncias de corrupção, envolvendo a Presidência da República, membros do Congresso Nacional e até mesmo do poder judiciário expõem os tentáculos cada vez maiores da corrupção nas instâncias mais representativas e exponenciais da Nação. Num primeiro momento, isso provoca reações mais acirradas de um lado e do outro e tende a favorecer extremismos/fanatismos que afastam pessoas e amizades, impedindo que a reflexão e a ação sejam mais efetivas e profundas para alcançar resultados que todas as pessoas brasileiras esperam: a preservação de nossos direitos fundamentais e o crescimento de boas condições de vida para todo o nosso povo.

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Segundo Levítico 19.15, que afirma: “Não cometerás injustiça no julgamento. Não farás acepção de pessoas com relação ao pobre, nem te deixarás levar por preferência pelo que tem poder: segundo a justiça julgarás o teu próximo”, entendemos que o devido processo legal precisa ser respeitado. As pessoas que atuam como agentes públicos, operadoras do direito e aplicadoras da justiça, em nosso país, precisam de ampla liberdade de investigação e isenção institucional. E as pessoas acusadas precisam de direito à ampla defesa, conforme determina a nossa Constituição e os Códigos de Leis a serem observados.

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Nesse sentido, nossa presença e atuação cidadã como metodistas, há mais de 150 anos no Brasil, dão-nos o senso e o dever de sermos uma comunidade missionária a serviço do povo. Precisamos ter uma participação efetiva, pautada nos princípios morais e éticos do Evangelho de Jesus Cristo, nos rumos de nosso País. Cremos que o Evangelho é boa notícia de salvação, redenção, restauração para cada ser humano e de reconstrução ética de nossa sociedade.

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Em Deuteronômio 17.8 diz: “Quando alguma coisa te for difícil demais em juízo, entre sangue e sangue, entre demanda e demanda, entre ferida e ferida, em questões de litígios nas tuas portas, então te levantarás, e subirás ao lugar que escolher o Senhor teu Deus”. Este texto nos orienta em situações delicadas, como a que vivemos, a recorrer a Deus em primeiro lugar, em santidade e consagração.

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Por isso, conclamamos a Igreja, no sentido de que cada metodista, nas comunidades locais das zonas urbanas, das periferias das cidades, das zonas rurais, do sertão, ribeirinhas, de população indígena, quilombolas, etc., presentes nas mais diferentes regiões eclesiásticas e missionárias, a promover vigílias de oração e jornadas de jejum e reflexão bíblica.

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Conforme orienta Jeremias 22.3: “Praticai o Direito, exercei a Justiça, e livrai da mão do opressor aquele que está sendo espoliado por ele. Não façais nenhum mal, constrangimento ou qualquer outra violência contra o estrangeiro, o órfão ou a viúva; nem derrameis sangue inocente neste lugar”, é preciso que nossa ação seja efetiva. Por isso, apoiamos manifestações como caminhadas pela paz social e outras ações que promovam a restauração de um ambiente no qual a política seja o exercício permanente de busca pelo bem comum. A participação cidadã promove a paz e defende os princípios constitucionais de igualdade e equidade de cada brasileira e brasileiro perante a Lei de Deus e de nosso País.

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E, “afinal, não é do agrado de Deus trazer aflições, lamentos e pesares aos seres humanos, pisotear todos os cativos da terra, negar a quem quer que seja os seus direitos, assim desafiando o próprio Altíssimo, impedir o livre acesso de qualquer pessoa à justiça. Não estaria observando o SENHOR tais atitudes?” (Lamentações 3.33-36).

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Por isso mesmo, o trabalho da Justiça Federal, da Procuradoria Geral da República e dos/as agentes precisa ser respaldado, com a garantia de que o respeito à democracia, a equidade nas informações e a transparência em suas operações serão praticadas em plenitude.

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Sabemos que o processo de redemocratização de nosso País foi construído com muitas lutas e ideais. Nem fanatismos partidários, nem o fomento de um clima tumultuoso pela mídia, favoritismos econômicos ou de poder, tampouco a conivência com uma estrutura de poder corrupta e corruptora podem afetar isso. Este é um tempo de passar a limpo a nação, sem demagogia, sem hipocrisia, sem a fabricação de heroísmos ou martírios midiáticos.

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Como bispos e bispas que pastoreiam o rebanho com temor e tremor, queremos convidar vocês, povo metodista, a engajar-se em favor de nossa nação como puderem, no lugar em que estão sendo um povo visto e reconhecido como quem atua profeticamente e em amor. Muitas igrejas metodistas já estão realizando a Vigília de Oração em todas as sextas-feiras de cada mês. Portanto, sigamos com fé, esperança e ação, para que as promessas divinas sejam concretizadas em nosso país. Sigamos, “até que se derrame sobre nós o espírito lá do alto; então o deserto se tornará em campo fértil, e o campo fértil será reputado por um bosque. E o juízo habitará no deserto, e a justiça morará no campo fértil. E o efeito da justiça será paz, e a operação da justiça, repouso e segurança para sempre. E o meu povo habitará em morada de paz, e em moradas bem seguras, e em lugares quietos de descanso” (Isaías 32.15-18).

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Que Deus nos abençoe. Que sejam tempos de restauração!

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Colégio Episcopal 2017-2021

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Bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa, Presidente

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São Paulo, 19 de maio de 2017

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Colégio Episcopal 2017-2021

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