Publicado por Redação em Notícia - 11/04/2025 às 15:53:13

BENDITO É O QUE VEM EM NOME DO SENHOR

“Alegre-se muito, ó filha de Sião! Exulte, ó filha de Jerusalém! Eis que o seu rei vem até você, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta. Destruirei os carros de guerra de Efraim e os cavalos de Jerusalém; os arcos de guerra serão destruídos. Ele anunciará paz às nações; o seu domínio se estenderá de mar a mar e desde o Eufrates até os confins da terra” (Zacarias 9.9 e 10)

 

No ciclo pascal do calendário cristão, o Domingo de Ramos marca o início das celebrações da Semana Santa. Nesse tempo, somos convocados a celebrar Cristo como nosso Messias, o salvador e libertador de toda a humanidade. Sua entrada triunfal em Jerusalém não é somente o cumprimento dos anúncios proféticos, mas é um ato que demarca o caráter e a personalidade do seu reinado. Diferente da expectativa dos judeus por um rei guerreiro que exaltasse sua autoridade e poderio bélico, Jesus realiza sua entrada montado num jumentinho emprestado, cumprindo assim a profecia de Zacarias (cf. Zc. 9.9).

 

Nesta profecia, Zacarias destaca três características do nosso messias salvador. Primeiramente, Ele é um rei justo. Nas Escrituras o termo justo vem da palavra hebraica sadiq, que quer dizer, preferencialmente, ser fiel à comunidade. Desta forma, justo não é aquele que vive para si e para o cumprimento de leis humanas. Pelo contrário, sadiq/justo é aquele que vive a serviço da comunidade e todo o conjunto da sociedade. Essa marca profética reforça o caráter do reinado de Jesus que é marcado pelo serviço e dedicação ao outro, pois o sentido da missão de Jesus se realiza na doação ao próximo.

 

Além de justo, o profeta destaca que o rei Jesus é humilde. O comportamento humilde não era algo com que os gregos e romanos eram simpáticos. Para eles, a modéstia e a humildade eram sinônimas de vergonha. Assim sendo, a altivez era a marca dos reis e imperadores do período bíblico. Eles reivindicavam seus privilégios, cercavam-se de riquezas, súditos e escravos. Em contrapartida aos imperadores do seu tempo, com um coração humilde, Jesus entra em Jerusalém montado num jumentinho, se esvazia de sua glória e assume a postura de um servo disposto a sofrer por cada um de nós (cf. Fl. 2.7).

 

Por fim, Jesus é um rei pacificador. Zacarias profetiza que o rei destruiria os carros e arcos de guerra e anunciaria a paz por toda a terra. Na Bíblia, shalom é muito mais do que ausência de guerra, é de fato uma relação íntegra e perfeita de comunhão, que possibilita para a comunidade uma experiência de equilíbrio, harmonia e ausência de necessidade. A shalom de Jesus é todo o esforço divino de promover vida em abundância e restauração da harmonia relacional entre a humanidade. O rei Jesus veio para trazer sua paz sem fim, possibilitando uma vida boa, plena e abundante para cada um de nós.

 

No Domingo de Ramos, trazemos à memória o rei Jesus que triunfa na história, não por poder ou força, mas pela sua justiça, humildade e pacificação. De fato, nossos lábios devem entoar: "bendito é o que vem em nome do Senhor”.

 

Autor: Pr. George Jeovanholi Paradela

Mini-bio: pastor na 4ª RE, casado com Jéssica Suzana, pai do Augusto e professor da área de Teologia Sistemática na Faculdade de Teologia da Igreja Metodista (FaTIM).

 


Referências:

BÍBLIA SAGRADA. Nova Almeida Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.

SIQUEIRA, Tércio Machado. Tirando o pó das palavras: história e teologia de palavras e expressões bíblicas. São Paulo: Cedro, 2005.


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