Publicado por José Geraldo Magalhães em Artigo - 04/03/2020 às 14:54:05

Artigo: Os ensinamentos de Jesus sobre a oração

Jesus estava no Cenáculo com seus/as discípulos/as. Passava-lhes suas últimas instruções. Falou para eles/as sobre a Casa do Pai, a segunda vinda e a promessa do Espírito Santo. Lavou seus pés, revelou-lhes seu amor e inaugurou a nova aliança em seu sangue. Nesse feixe de benditos ensinamentos, Jesus falou aos/às seus/as discípulos/as, também, sobre oração. No texto em tela, Jesus ensina quatro verdades sublimes sobre oração. Vejamos:

Em primeiro lugar, a abrangência ilimitada da oração. “E tudo o que pedirdes…”. Jesus não colocou limites no alcance da oração. Podemos apresentar a ele nossas necessidades, nossos desejos e nossos propósitos. Para ele não há coisa demasiadamente difícil. Ele pode todas as coisas e nada lhe é impossível. Podemos ser ousados/as e apresentar a ele aquilo que é impossível na perspectiva humana. Não oramos a um ídolo mudo, mas ao Todo-Poderoso Deus. Ele está assentado no trono. Tem as rédeas da história em suas mãos. Ele é poderoso para interferir no curso da história e atender ao clamor de seu povo. Ouse apresentar grandes pedidos a Deus. Ouse colocar diante dEle o impossível dos homens. O que o homem não pode fazer e o que a ciência não pode realizar, Ele pode!

Em segundo lugar, a mediação eficaz da oração. “… em meu nome…”. Não existe oração forte nem pessoas poderosas na oração. Não oramos fiados/as em nossos méritos. As orações são atendidas não com base nos méritos de quem ora, mas pelos méritos daquele/a que media a oração. Achegamo-nos a Ele falidos/as, mas Ele tem todo o crédito. Chegamos à sua presença fracos/as, mas Ele tem todo o poder. Chegamos a Ele não em nosso próprio nome, mas em seu nome. Não é a oração que é poderosa. Poderoso é aquele que responde às orações. Poderoso é o mediador das nossas súplicas.

“E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo 14.13)

Em terceiro lugar, a promessa segura da oração. “… isso farei…”. Aquele que nos ensina a orar promete ouvir nossa oração e garante-nos que a atenderá. Sendo assim, orar é unir a fraqueza humana à onipotência divina. É conectar o altar da terra com o trono do céu. Se tudo é possível para Deus, então, tudo é possível por meio da oração. Sendo Deus soberano, e fazendo todas as coisas conforme o conselho de sua vontade, escolheu, livremente, agir por meio das orações do seu povo. Tiago, irmão do Senhor, escreveu: “… nada tendes, porque não pedis” (Tg 4.2). O nosso glorioso Redentor ensinou: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Mt 7.7). Orar as promessas de Deus é orar com plena ousadia. Ele não é homem para mentir. Nenhuma de suas palavras cai por terra.

Em quarto lugar, o propósito maior da oração. “… a fim de que o Pai seja glorificado no Filho”. O fim último da oração não é o bem do homem, mas a glória do Pai manifestada no Filho. Quando o Senhor atende a nossas petições e súplicas, o Pai é glorificado e o Filho é exaltado nele. A oração não é antropocêntrica, mas teocêntrica. A oração não visa exaltar o homem, mas a Cristo. Tudo vem de Cristo, tudo é por meio de Cristo e tudo é para Cristo. Na mesma medida que nossas necessidades são supridas, em resposta às nossas orações, o Pai é glorificado no Filho. Na mesma proporção que apresentamos ao Senhor os anseios de nossa alma e encontramos nEle resposta, a bênção que vem do céu a nós retorna para o céu, como um tributo de louvor ao Pai, o único que é digno de toda honra, glória e louvor. 

Rev. Hernandes Dias Lopes
Pastor na Primeira Igreja Presbiteriana


Publicado originalmente na edição de MARÇO de 2020 do jornal Expositor Cristão 

*Reprodução parcial ou integral deste conteúdo autorizado desde que seja citado a fonte conforme abaixo:

[Nome do repórter ou autor], Expositor Cristão (Edição março de 2020)


Tags: ec-marco, oracao


Posts relacionados

Notícias, Opinião, Artigo, por José Geraldo Magalhães Jr.

A importância da Bíblia

O dia da Bíblia surgiu em 1549, na Grã-Bretanha, quando o Bispo Cranmer incluiu no livro de orações do Rei Eduardo VI um dia especial para que a população intercedesse em favor da leitura do Livro Sagrado.

Artigo, por José Geraldo Magalhães Jr.

Natal, o Deus conosco!

Desinstalar é mexer com a estrutura estabelecida. O Messias tem esse papel de promover mudanças, partindo do pressuposto que o nascimento do Filho de Deus acontece numa estrebaria e é colocado numa manjedoura

Notícias, Opinião, Artigo, por José Geraldo Magalhães Jr.

Reforma Protestante e a Bíblia: um olhar metodista

Já se passaram mais de 2 mil anos desde o nascimento de Jesus Cristo e mais de 500 desde a Reforma Protestante, e podemos afirmar categoricamente que o povo em geral ainda não conseguiu distinguir a Lei do Evangelho, o Mérito da Graça, a tentativa de apropriação da Vida Eterna por esforço da Salvação pela fé, o Deus implacável do Deus misericordioso, a religião do Ódio da religião do Amor…

Artigo, por José Geraldo Magalhães

Projetos sociais ajudam crianças que sofrem violência doméstica a superar os traumas

Um projeto social nasce primeiramente de uma necessidade percebida, sentida e torna-se real pelo compromisso de pessoas com a transformação deste contexto. Para o povo metodista, no desenvolvimento de sua espiritualidade, duas atitudes devem estar presentes: atos de piedade e obras de misericórdia.

Artigo, Reflexão, Episcopal, Opinião, Notícias, por José Geraldo Magalhães Jr.

Palavra Episcopal EC outubro: Duas mães e um rei justo: quem temos sido nessa história?

O texto mencionado acima revela algumas realidades humanas que nos fazem refletir, bem como devem nos fazer reagir positivamente com santa indignação e amorosa compaixão. Temos três personagens em destaque nesta narrativa. O rei justo que existe para promover justiça e paz. A mãe que perde o filho por acidente ou descuido e a mãe que poderia ter perdido o filho por roubo.

Artigo, por José Geraldo Magalhães Jr.

O aperfeiçoamento cristão metodista

“A fé sem obras é morta”, diz o apóstolo Tiago em sua carta no segundo capítulo. Assim é para o metodismo falar, escrever, ensinar sobre a Bíblia como nossa regra de fé e de prática sem, contudo, praticá-la. O movimento wesleyano sempre primou pela experiência e é através dela que demonstra a seriedade com aquele que tão grandemente nos amou e se entregou por nós.