Search

Multiplicando Talentos: Trabalho e Propósito Cristão

  1. Introdução:

O Senhor nos deu a capacidade de gerir, logo todos os seres humanos são administradores. Assim, regulamos “o tempo” desde quando nascemos. Diferentemente do tempo de Deus – Kairós, e do nosso tempo – Cronos, desde o princípio Deus implantou no homem a capacidade de controlar as suas estações, governar o local onde está inserido, cuidar e sustentar. Mas, infelizmente, em nossa contemporaneidade, muitas pessoas encontram-se desconectadas dos propósitos bem definidos no início, “6 (seis) dias trabalharás e em 1(um) dia descansarás”. O trabalho dignifica o homem e o torna bem-sucedido em tudo o que ele se propõe a fazer, “o que as suas mãos tiverem que fazer, que o façam com toda a sua força, pois na sepultura, para onde vais, não há atividade nem planejamento, não há conhecimento nem sabedoria” (Eclesiastes 9.10).

Uma das frases que marcou a vida financeira de muita gente trabalhadora foi mencionada por John Wesley, em um de seus escritos: “ganhe tudo o que puder, poupe tudo o que puder, doe tudo o que puder”.

Este registro tem fundamentos precioso, pois, GANHAR, nos ensina que o cristão deve ser diligente e trabalhador, usando bem seus dons e as oportunidades. Advertindo-nos a ganhar dinheiro com honestidade e não explorando os menos favorecidos ou vulneráveis de maneira desonrosa. Para Wesley, o trabalho glorifica a Deus.

POUPAR sugere o controle ao desperdício, à ostentação e ao luxo supérfluo. Economizar, para Wesley, não era acumular por avareza, mas viver com simplicidade e ser sempre abençoador quando puder.

DOAR é a forma mais expressiva do amor a Deus e ao próximo, pois todo o recurso e toda riqueza devem ser vistas como instrumentos de Deus para servir ao próximo. Wesley afirma: “não acumule tesouros na terra – (Mt. 6.19ª), pois se já possui comida e roupas, contente-se com isso. Tenha cuidado de não se perder nos desejos da carne e nos desejos dos olhos,” doar aos menos favorecidos era tão sagrado quanto a oração e a ceia do Senhor. E esses atos evidenciavam a manifestação do amor e cuidado de Deus.

Hoje, presenciamos um mundo de cabeça para baixo, em que os valores são totalmente invertidos. Há um consumismo desenfreado, uma cultura do status, em que precisamos ter para ser. O que infelizmente, tem levado a população a um grande endividamento, onde cerca de 70 milhões de brasileiros encontram-se com restrições nos órgãos de proteção ao crédito.

 

Em maio de 2025, a inadimplência de pessoas físicas chegou a 70,73 milhões de consumidores negativados (SPC / CNDL).

Em junho de 2025, esse número subiu para cerca de 71,28 milhões de pessoas.

Em julho de 2025, estima-se 71,37 milhões de brasileiros com CPF negativado. Dados: CNDL.org.br

 

Esses dados nos sugerem muitas coisas:

1-           A conjuntura econômica do país, em que os juros elevados nos últimos anos, no favorecimento de crédito, fazem esses dados serem tão alarmantes;

2-           Não podemos fechar os olhos a tantos homens e mulheres que estão desempregados/as, vivendo na informalidade, sem seguro social;

3-           O consumismo imediato, compras parceladas em cartão de crédito, e financiamentos, gerando assim um ciclo de dívidas;

4-           E a tão grande falta de educação financeira que a maioria da população não tem acesso.

 

Observa-se que uma parcela das famílias vive no limite, pagando juros sobre juros, presas ao sistema financeiro. E não conseguem descansar, obedecendo uma ordenança de Deus. O povo precisa aprender a viver com contentamento (Fp 4.11-13), simplicidade e generosidade, não sendo escravo do consumo. A pesquisa aponta para a necessidade de um novo jeito de viver baseado em contentamento, generosidade e confiança no provedor. A crise de endividamento é também um sinal espiritual de vazio, de busca por segurança em coisas materiais que perecem e não levam à eternidade.

A Igreja precisa ser um espaço de conscientização, ensinando princípios da mordomia cristã (administração fiel), como João Wesley já pregava: “ganhe tudo o que puder, poupe tudo o que puder, doe tudo o que puder”.

No livro Pai Rico, pai Pobre, Robert Kiyosaki, mostra que a mentalidade financeira diferencia os que acumulam riquezas dos que permanecem escravos do sistema. Isso se aproxima da diferença entre a economia do reino e a economia do mundo. Calvino, afirmou: “todas as coisas que possuímos são de Deus, confiados para que sejamos os seus administradores”.

Assim, o cristão não deve ser dominado pelo consumismo (passivos), mas chamado a investir em ativos que promovem justiça, serviço e cuidado do próximo. É necessário descobrir os seus dons e colocá-los à disposição de Deus. Faz-se necessário um investimento pessoal no estudo, treino e aperfeiçoamento. É necessário também se dedicar ao trabalho e executar tudo com excelência.

E ainda, ser bons despenseiros na fidelidade a Deus, sendo fiéis nos dízimos e nas ofertas. Planejar os gastos, fazendo orçamentos antes de comprar, e evitando dívidas desnecessárias.

Algumas ações são imprescindíveis para um bom gerenciamento dos recursos que Deus nos dá: a utilização de planner ou agenda na organização do tempo, planilha financeira para controle dos gastos domésticos ou aplicativos de controle de gastos é importantíssimo para uma vida equilibrada. Saber reservar os recursos para o tempo de crise é extremamente importante, pois devemos guardar uma parte dos nossos recursos para eventuais emergências e praticar a generosidade em projetos missionários, assistenciais e na comunidade de fé. Investir no conhecimento sempre é factível, então leia sobre finanças, investimentos e economia. Procure saber como o dinheiro funciona: juros, inflação, ativos e passivos. Procure palestras, cursos, workshops ou até mesmo palestras online. Antes de comprar, faça a pergunta: isso gera ou drena recursos? Não viva apenas do salário, seja criativo, pense em alternativas de investimentos, desenvolva os seus talentos para ensinar, consertar e criar conteúdo. Invista tempo em você, para o seu aprimoramento. Crie hábito de guardar, antes de gastar. NÃO DEIXE QUE AS SOBRAS DECIDAM O SEU FUTURO.

Assim tudo o que fizer, seja para engrandecer o nome do Senhor, faça o seu melhor para que não entre na estatística citada. Dedique-se ao máximo potencializando os seus talentos e investindo na missão que Deus te confiou, seja familiar, profissional e ministerial.  Esforce-se para ganhar, poupar e doar, pois fazendo isso honrará o nome do Senhor! Ser um bom administrador dos recursos de Deus é usar tudo o que Ele nos deu para o bem do próximo, para o crescimento do Reino e para a Glória do Seu Nome.

Que Deus multiplique os seus talentos! Deus te abençoe.

 

 

 

 

 

Leomir Henrique Pascoal
Pastor Metodista na Catedral Metodista de MG e Secretário Executivo de Ação Administrativa da 4RE
Graduação: Administração de Empresas – UNIPAC
Teologia – UMESP
Casado com Welen Cristina Oliveira Abreu Pascoal e pai da Ana Júlia Pascoal

Compartilhe:

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
WhatsApp
Email

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Posts relacionados

Create a new perspective on life

Your Ads Here (365 x 270 area)
Últimas notícias
Categorias

Assine nossas notícias

A inscrição é gratuita!