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Indigenistas se aposentam após 33 anos na Missão Metodista Tapeporã

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Ap?s 33 anos, desde a primeira nomea??o pastoral para Dourados (MS), o/a pastor Paulo Costa e a Pastora Maria Imaculada (Ima) deixam um vasto aprendizado na Aldeia do Boror?. A entrevista do m?s ? com o casal que dedicou uma vida inteira ? Miss?o Metodista Tapepor?. Achamos relevante que a entrevista fosse realizada individualmente, mas foram tantas informa?es que n?o couberam nesta p?gina. Portanto, a entrevista completa, caro/a leitor/a, voc? pode conferir no site do Expositor Crist?o.

Pastor Paulo Costa

2017_01_paulo_indigena1. Pastor Paulo, o senhor achou que iria trabalhar tanto tempo na miss?o ind?gena? E como aconteceu esse despertamento?

Pastor Paulo Costa: Particularmente sim. A miss?o ind?gena ? a raz?o da minha voca??o pastoral dentro de uma vis?o de Dons e Minist?rios a partir de uma experi?ncia em 1978. Trabalhei de forma ininterrupta com nomea??o pastoral de fevereiro de 1984 a fevereiro de 2017 (33 anos). O meu despertamento se deu durante um ano de trabalho como t?cnico em Agropecu?ria num projeto de Ro?a Comunit?ria junto aos Kaiow?s, em 1978. Era coordenado na ?poca pelo Rev. Scilla Franco, posteriormente Bispo e meu orientador vocacional. Na ?poca do nascedouro dos Dons e Minist?rios, ele argumentava que a Igreja tinha trabalhos espec?ficos (educa??o, creches, pequenos/as agricultores/as…) e n?o capacitava os/as pastores/as para esses minist?rios.

2. O que o novo mission?rio precisa levar em conta para trabalhar na miss?o ind?gena?

O ?novo? mission?rio ? a continuidade da Igreja Metodista junto ao povo Guarani/Kaiow? dentro da din?mica de discipulado. A Igreja Metodista pautou-se durante todos esses anos dentro de uma vis?o de autossustento e autodetermina??o, sendo orientada por uma Pastoral de Conviv?ncia e por se tratar de uma comunidade diferenciada (transcultural-ind?gena). De forma que a nossa aposentadoria n?o se d? apenas por termos cumprido um tempo cronol?gico, mas sim porque a Igreja Metodista, por meio da Miss?o Metodista Tapepor?, conseguiu dentro dos anseios metodista de Evangeliza??o e Miss?o capacitar Ronaldo Ar?valo, que ? bisneto do L?der Ind?gena Cacique Ireno Isnarde – casa onde iniciou, e ainda acontecem hoje, os trabalhos da Miss?o. Ronaldo acompanhou a Miss?o Metodista desde a adolesc?ncia, ? um colaborador da Miss?o.

3. Durante mais de tr?s d?cadas trabalhando com os povos ind?genas, quais experi?ncias voc?s levam para a vida?

Posso resumir dizendo quanto ? importante conhecer e respeitar as diferen?as para se conhecer a unidade. N?o foi f?cil. Todo princ?pio ? dif?cil; quando voc? nasce, come?a dar os primeiros passos, as primeiras palavras, adolesc?ncia, jovem, casamento, maturidade e velhice. Com rela??o ? voca??o ministerial, especificamente para a miss?o junto aos/?s ?ndios/as, confesso que foi isso que me manteve no minist?rio pastoral, pois em fun??o disso, fui amparado por todos os lados pela Igreja enquanto institui??o e pela a??o divina que me acompanhou todos esses anos. Se me fosse dada a oportunidade eu faria tudo outra vez, mesmo que tivesse que chorar o mesmo pranto e sorrir o mesmo riso.

4. O que ser? daqui para frente? Novos projetos?

Usando o n?mero 33, como o n?mero simb?lico de anos do cumprimento da miss?o de Jesus, acho que continuo com a mesma disponibilidade nas m?os de Deus, mas que a vontade dEle seja feita. At? agora o que Ele j? nos avisou ? que devemos nos mudar para Piracicaba (SP), o que, ali?s, estamos fazendo com bom gosto. Com rela??o a novos projetos, Deus ainda n?o disse nada. Vou aguardar!

Pastora Maria Imaculada

2017_01_pastoraima_antiga1. Pastora Ima, como foi que Deus a chamou para essa miss?o?

Pastora Ima: Me senti chamada pelo Senhor para o minist?rio pastoral na Igreja Local. Ao chegar ? Faculdade de Teologia, conheci meu marido, o Pastor Paulo Costa, que tamb?m estava estudando Teologia para trabalhar com os/as ind?genas Guarani/Kaiow?, em Dourados. Namoramos, noivamos e nos casamos. E, em todo esse tempo, aquilo que era muito forte no Paulo ? seu desejo e luta para atuar junto a esse povo ? passei naturalmente a vivenciar e a conhecer de forma mais concreta quando fui convidada, pela ?rea nacional da Igreja Metodista, a conhecer o trabalho onde o Paulo seria o coordenador desse trabalho. Mas que agora a Igreja tinha projeto que seria desenvolvido por uma Pastora junto ?s mulheres Kaiow?s. Nessa ?poca n?s est?vamos noivos. De ouvir falar, eu estava me apaixonando por esse povo e por essa Miss?o. Ao visitar e iniciar o est?gio, j? os/as amava. E, a partir da?, n?o me via vivendo e anunciando o amor de Jesus Cristo que n?o fosse a esse amado povo.

2. Quais experi?ncias a senhora considera importantes nessa caminhada pastoral?

Primeiro, que o diferente ? b?n??o de Deus! Foi Ele quem nos fez diferentes e precisamos valorizar e respeitar cada povo que Ele criou com sua cultura, com sua l?ngua, sua religi?o, seu costume. Mas todos/as diferentes com direitos ? vida, ? sa?de, ? educa??o. O valor desse/a ou daquele/a est? realmente na beleza do ser diferente. Segundo, que precisamos aprender a olhar o/a outro/a com o olhar dEle para podermos ver da maneira que Ele v?. Aprendi muito. Mas continuo sabendo muito pouco. Por isso, sei que lendo e relendo a B?blia e lembrando cada momento vivido, continuarei aprendendo e sabendo um pouco mais daquilo que orientou Jesus: Amar a Deus de todo o cora??o e ao pr?ximo como a ti mesmo.

3. J? teve des?nimo pela miss?o indigenista e pensou em fazer miss?o urbana?

Vou responder de tr?s para frente. Des?nimo pela impot?ncia em muitos momentos pelo pouco ou nada que pod?amos fazer, mas nunca tive o desejo de trocar a miss?o indigenista por uma poss?vel miss?o urbana. Nada ? f?cil na vida! Mas se confiamos no chamado do Senhor e na for?a que Ele pode nos dar, as crises passam e n?s crescemos.

4. Voc?s j? se mudaram para Piracicaba?

Por enquanto n?o! Estamos num momento de transi??o, com atividades e orienta?es que estamos passando ao Ronaldo. Precisamos transmitir para ele as quest?es administrativas primeiro, para depois nos mudarmos para Piracicaba, onde residem nossa filha e nosso filho. Enfim! N?o tivemos tempo de pensar em novos projetos. S? pedimos a Deus que nos d? alento pela saudade que vamos sentir do que faz?amos e com quem vivemos todos esses anos.

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Jos? Geraldo Magalh?es

PUBLICADO ORIGINALMENTE NO JORNAL EXPOSITOR CRIST?O DE JANEIRO 2017

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