Vinte de novembro
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No Século XVI, da luzidia África
Partem os navios negreiros,
Rumo ao “novo mundo”, das Américas,
Desnudadas e saqueadas por tantos Cabrais.
A Terra de Santa Cruz, Brasil,
Torna-se palco de uma velha civilização,
Esculpida pelo genocídio dos nativos,
Que transfundiu, nos campos e lavouras,
A seiva vermelha os corpos africanos,
Torturados a ferros e fogo;
Nas prisões das senzalas
E nos campos de concentração
De cana-de-açúcar, do café, do algodão…
Perpetuaram-se, desde então,
Os crimes contra a humanidade,
Contra a dignidade humana:
Pecados contra o Eterno!
Ah! Palmares! gérmen de um novo mundo;
A verdadeira lei áurea, assinada pelo suor,
Sangue e martírio das vidas africanas,
Da resistência e da inconformidade.
Palmares torna-se a casa grande,
Da autêntica liberdade, resiliência profética,
Do verdadeiro grito de emancipação:
“Liberdade, liberdade abre as asas sobre nós,
E que a voz da igualdade seja sempre a nossa voz!”
O mito Zumbi é a reconstrução do ventre da África,
Sudaneses, bantos, minas, guineanos,
Iorubás, Jêjes, nagôs, malês…
Gerando o sentimento de pertença
À ancestralidade africana,
Resgate da real identidade,
Da negritude brasileira que hoje nos constitui:
Somos feitos baobá: negras e negros livres!
Nossa potência está na semente,
Orvalho em nossa consciência de negritude,
Atentos e permanentes em nossa luta,
Pois Deus está conosco!
Bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa
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