Publicado por José Geraldo Magalhães em Atualidade - 26/03/2020 às 13:24:05

Pronunciamento da Aliança Cristã Evangélica Brasileira

“Contudo, Deus atentou para o sofrimento deles, quando ouviu o seu clamor.” Salmos 106.44

A humanidade está passando por uma pandemia sem precedentes na história recente. O COVID-19 ou Coronavírus tem avançado e não respeita fronteiras, etnias, religiões ou classes sociais. Diante dos casos de contágio e mortes numa escalada exponencial constata-se que:

  1. Rapidamente grande parte da população mundial contrairá o vírus;
  2. A velocidade do alastramento da doença supera as condições dos sistemas de saúde de todas as nações, sobrecarregando e colapsando a capacidade de atendimento;
  3. Os idosos com mais de 60 anos possuem uma probabilidade de letalidade mais alta;
  4. As pessoas que possuem comorbidades como hipertensão arterial, diabetes, doenças imunossupressoras constituem o grupo de maior risco.

Por causa desse quadro e com base em estatísticas relacionadas à epidemia de vários países, desde o foco inicial na China até mais recentemente a evolução da doença nos Estados Unidos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) orienta para uma reação mais contundente com vistas ao retardamento da pandemia.

A partir deste cenário a Aliança Cristã Evangélica Brasileira recomenda que todas as igrejas evangélicas do país bem como as organizações cristãs:

  1. Estabeleçam uma rotina de oração constante em favor das autoridades; do ministro e dos secretários de saúde, dos profissionais de saúde (pesquisadores, médicos, enfermeiros);
  2. Sigam rigorosamente as instruções de isolamento social ou quarentena que estão sendo adotadas pelos estados e reafirmadas pelo ministério da saúde;
  3. Evitem aglomerações realizando cultos à distância e atendimento aos membros via redes e telefone;
  4. Somem esforços com o poder público para o atendimento dos mais vulneráveis (moradores de rua, habitantes em comunidades carentes) oferecendo os espaços físicos caso haja necessidade;
  5. Cobrem do poder público políticas de compensação salarial e renda para o trabalhador informal nesse período;
  6. Auxiliem vigorosamente em suas igrejas locais o ministério de diaconia atendendo o pobre, o estrangeiro, o refugiado, o imigrante, a viúva e o órfão;
  7. Sejam prudentes escolhendo sempre a vida em primeiro lugar.

Não é hora de partidarismos. A Igreja é convidada a discernir e perceber além do jogo político. Não podemos ficar reféns da miopia de governantes que apostam na divisão como estratégia política. Devemos preservar a vida para o bem de todos.

A lógica econômica não deve sobrepujar a defesa da vida. Primeiro o homem e a mulher foram criados, depois foi ordenado o trabalho. O homem não foi criado para o trabalho, o trabalho foi criado para o homem. Existem formas alternativas ao trabalho em momentos de crise, a solidariedade é a maior delas.

Repudiamos toda a tentativa de ganho político na exploração da crise ou na diminuição dela. Tais estratégias são desumanas, destruidoras, desagregadoras e diabólicas.

A ciência médica deve ser ouvida.

O momento é de proteção à família, aos domésticos da fé e ao nosso povo sofrido. Agindo localmente para impactar globalmente.

Que o Senhor tenha misericórdia de nós.

Brasília, 25 de março de 2020

Aliança Cristã Evangélica Brasileira


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