Publicado por Redação em Educação, Notícias - 03/01/2018 às 11:25:49

Os desafios da Rede Metodista de Educação

Arquivo UMESP

Em 1970, após a crise que atingiu a Faculdade de Teologia, deixando-a apenas com nove alunos/as e a incerteza daqueles/as que atuavam na “Casa dos Profetas”, os/as professores/as e poucos/as alunos/as que restavam na instituição chegaram à conclusão de que era preciso fazer da “menina dos olhos da Igreja” uma instituição de âmbito maior, a tal ponto de não atender somente aos/às egressos/as do curso de teologia, mas toda a região do Grande ABCD.

Foi a partir dessa decisão que foi apresentado ao Concílio Geral, no mesmo ano, a autorização para transformar a Faculdade de Teologia em Instituto Metodista de Ensino Superior (IMS). No ano seguinte, o Conselho Federal de Educação autorizou o funcionamento da instituição, que teve no primeiro ano de atividades 325 alunos/as aprovados/as no vestibular.

Atualmente, de acordo com os números apresentados no 20o Concílio Geral, realizado em
2016, a Universidade Metodista de São Paulo conta com 23.320 alunos/as matriculados/as, 44 cursos de graduação, 21 cursos de graduação a distância, 16 de pós-graduação (Lato Sensu) e 9 de mestrado e doutorado (Stricto Sensu). São 630 docentes que, somados/as com os/as demais funcionários/as, chegam a 1.155 contratações trabalhistas.

O fato é que as instituições metodistas, como diversos segmentos da sociedade brasileira, passam por um processo de revitalização para sobreviver ao cenário econômico instalado no país nos últimos anos. Hoje, a Rede Metodista de Educação, mesmo com a crise econômica no país, está com um planejamento de praticamente zerar o déficit até 2021 com caixa livre. 

De acordo com o diretor-geral, Robson Ramos de Aguiar, em entrevista realizada recentemente para o Expositor Cristão, foi retomado o foco na reorganização educacional, no fortalecimento da confessionalidade por meio das pastorais escolares e universitárias (Conapeu), na reestruturação das dívidas, em melhorias nos resultados nas atividades educacionais e um aumento significativo das parcerias entre a Rede Metodista de Educação e a Igreja Metodista, alinhando a comunicação entre Rede, Consad, Cogeam e Colé­gio Episcopal.

Dentre as ações de revitalização das instituições estão também a reorganização no quadro funcional. Logo, várias demissões têm acontecido no último quinquênio.

Em dezembro de 2017, cerca de 50 docentes da UMESP foram demitidos/as para seguir o cronograma da Rede Metodista de zerar a dívida nos próximos anos. Os
números foram divulgados pelo Sindicato dos Professores do ABC (SINPRO ABC).

A iniciativa gerou manifestações de docentes, funcioná­rios/as e alunos/as em frente à entrada lateral da UMESP no dia 14 de dezembro. Na mesma semana lideranças da Igreja Metodista – mesa do Colégio Episcopal (CE) e Coordenação Geral de Ação Missionária (COGEAM) – estavam reunidas em São Paulo. Os dois colegiados já estavam atentos aos acontecimentos na UMESP e emitiram uma nota oficial dois dias após as demissões. A nota esclarece que a Igreja está em

oração pela gestão e pelas pessoas demitidas e, também não concorda com qualquer emissão que tenha sido por questões políticas como informou o SINPRO ABC. O texto publicado no site nacional da Igreja destaca ainda que as demissões fazem parte do processo de reestruturação da Rede Metodista de Educação.

Recentemente, o Tribunal Regional Federal da 3a Região (TRF-3) suspendeu a liminar que dava o prazo de sete dias para que a Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) restabelecesse o sistema Mainframe, que foi substituído pelo Totvs – programas utilizados pelos alunos e docentes. A decisão em primeira instância determinava a prisão do diretor-geral da mantenedora, Robson Ramos de Aguiar, se o sistema não fosse retomado no tempo estipulado.

História

Não é a primeira vez que as instituições metodistas passam por situações desse tipo. A Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP) viveu um quadro semelhante anos atrás. Apenas dois anos após ser instalada, um jornal da cidade comentou que o dia havia sido de grande júbilo para a cidade porque várias coisas importantes haviam acontecido: a criação da Universidade Metodista de Piracicaba e a vitó­ria do time local. Mais tarde, na primeira quinzena de fevereiro de 1985, o Expositor Cristão publicou na Capa: “UNIMEP, uma crise sem precedentes”. O motivo da matéria foi o fato ocorrido no dia 12 de janeiro, quando o Conselho Diretor demitiu o então reitor, Elias Boaventura, e o vice, Almir Maia (ambos in memoriam), com a alegação de que a UNIMEP precisava saldar uma
dívida de 10 bilhões de cruzeiros.

A atitude virou manchete, inclusive no Expositor Cristão de 1985. “Ao eleger dois de seus membros para reitor e vice, o Conselho Diretor desencadeou uma reação e crise ainda não vista na história de uma instituição da Igreja, que teve repercussão em toda a sociedade brasileira e até no exterior.”

Funcionários/as, docentes e alunos/as invadiram a UNIMEP para restaurar a autonomia da Universidade e reintegração dos demitidos. A edição da 1a quinzena de fevereiro informava que as demissões foram por meios legais e não infringiram a lei. Na ocasião, o Colégio Episcopal também se pronunciou com um texto assinado pelo então presidente do CE, Bispo Nelson Luiz Campos Leite. Por fim, a crise iniciada em 12 de janeiro de 1985 levou a justiça a reconduzir Elias Boaventura e Almir Maia novamente à direção da UNIMEP.

O posicionamento do Colégio Episcopal e da Cogeam referente às demissões da UMESP é de apoio às decisões para a reestruturação da Rede Metodista, no entanto, não tolera decisões não baseadas no respeito e no diálogo. “O Colégio Episcopal intercede para que todas as decisões sejam aplicadas com
base no respeito ao ser humano e segue em oração pelas famí­lias das pessoas que foram demitidas. A Igreja Metodista não apoia nem respalda processos
que gerem um sentimento de humilhação e perseguição polí­tica como divulgado pela mídia secular”, diz o texto publicado no site da Sede Nacional da
Igreja Metodista.

A Rede Metodista em números

Somam mais de 53 mil alunos/as matriculados/as em 2017 em duas universidades, dois centros universitários, duas faculdades isoladas e quinze colégios, além de ter mais de cinco mil profissionais empregados/as entre docentes e administrativos. A Rede Metodista tem atuado em cinco estados brasileiros, SP, RS, MG, RJ e PA, em cursos presenciais. Durante esse tempo de atuação, a Central de Serviços da Rede centralizou a con tabilidade, secretaria, recursos humanos, financeiro, filantropia e marketing.


Escrito por Pastor José Geraldo Magalhães
Publicado originalmente no Jornal Expositor Cristão de janeiro/2018. Acesse aqui.


Posts relacionados

Última Edição, Notícias, por José Geraldo Magalhães

21º Concílio Geral aprova proposta para sessão presencial

No início da sessão online do 21º Concílio Geral (CG) no período da tarde de hoje (11), foi lido por Algacyr Júnior da 8ª Região, as considerações da proposta da Cogeam e Colégio Episcopal para que a segunda e as demais sessões da reunião do 21º CG sejam realizados nos dias 3 a 10 de julho de 2022 e que os mandatos atualmente vigentes, sejam prorrogados até 31 de dezembro do mesmo ano.

Notícias, Notícia, Igreja e Sociedade, Atualidade, Conscientização, Missão, por José Geraldo Magalhães Jr.

Presidenta da Diaconia assina Termo de Convênio do Projeto Algodão em Sergipe

A Presidenta da Diaconia, Pastora Joana D'Arc Meireles, assinou hoje pela manhã, 12, no Campus Sertão da Universidade Federal de Sergipe (UFS), localizado no município de Nossa Senhora da Glória, Alto Sertão Sergipano