Publicado por Redação em Reflexão, Opinião - 12/06/2017 às 11:04:02

Meio Ambiente, o meio em que vivemos

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Em 5 de junho comemora-se o Dia Mundial do Meio Ambiente.  Por que?  Em 1972, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Dia Mundial do Meio Ambiente, que passou a ser comemorado todo dia 05 de junho.  A data tem como objetivo principal chamar a atenção de todas as esferas da população para os problemas ambientais e para a importância da preservação dos recursos naturais, que até então eram considerados, por muitos, inesgotáveis.

Nessa Conferência iniciou-se uma mudança no modo de ver e tratar as questões ambientais ao redor do mundo, além de serem estabelecidos princípios para orientar a política ambiental em todo o planetaAtualmente existe uma grande preocupação em torno do meio ambiente e dos impactos negativos da ação do homem sobre ele.  Dentre os principais problemas que afetam o meio ambiente, podemos destacar o descarte inadequado de lixo, a falta de coleta seletiva e de projetos de reciclagem, consumo exagerado de recursos naturais, desmatamento, inserção de espécies exóticas, uso de combustíveis fósseis, desperdício de água e esgotamento do solo.  Esses problemas e outros poderiam ser evitados se os governantes e a população se conscientizassem da importância do uso correto e moderado dos recursos naturais.

Como é a reciclagem em sua casa?  Como você usa a água?  Você pensa nisso?

Em razão da importância da conscientização e da dimensão do impacto gerado pelo homem, o Dia Mundial do Meio Ambiente é uma data que merece bastante destaque no calendário mundial.  Entretanto, não basta apenas plantar uma árvore ou separar o lixo nesse dia, é necessário que sejam feitas campanhas de grande impacto que mostrem a necessidade de mudanças imediatas nos nossos hábitos de vida diários.  Apesar de muitos acreditarem que a mudança deve acontecer em escala mundial e que apenas uma pessoa não consegue mudar o mundo, é fundamental que cada um faça a sua parte e que toda a sociedade reivindique o cumprimento das leis ambientais.  Todos devemos assumir uma postura de responsabilidade ambiental, pois só assim conseguiremos mudar o quadro atual.

A Agricultura e o Ambiente

Desde o Descobrimento, o processo de ocupação territorial e de incorporação de novas áreas ao processo produtivo agrícola, ao longo dos anos, era feito sem qualquer preocupação ambiental.  A expansão da fronteira agrícola caracterizava-se pela destruição de habitats e pela substituição de inúmeras espécies por monoculturas, colocando a Agricultura como responsável pela perda de diversidade genética.

Embora até há pouco tempo esse comportamento não fosse contestado, principalmente apoiado na justificativa da necessidade constante de aumento da produção de alimentos para redução da fome, nem todos compartilhavam desse modelo de desenvolvimento que previa a expansão agrícola a qualquer custo.  Em 1898, por exemplo, Luiz Vicente de Souza Queiroz fazia um apelo ao Governo e às Câmaras Municipais pedindo algum controle da destruição das matas: "Destruir soberbas mattas de terras ubérrimas, que vão ser entregues para sempre à cultura, não é grande mal e mesmo não se poderia recriminar contra essa prática se toda a madeira de lei fosse aproveitada.  Mas destruir mattas e capoeiras só para tirar duas ou três colheitas, atear fogo em quasi um disctrito inteiro, para fazer verde a algumas cabeças de gado, queimar immensos campos e mattas pela locomotiva de estrada de ferro mal dirigida, ou arrasar florestas de íngremes morros, de profundas barrocas, de nascentes dágua ou de beira de rio, ou inutilizar as mattas junto a centros populosos só para aproveitá-las com carvão ou lenha é simplesmente procedimento de bugres ou de vândalos e o governo ou mesmo as Câmaras Municipais deveriam com leis as mais severas pôr um paradeiro a tão insensato, quão imprudente procedimento".

Mas qual seria o cenário político e econômico do Brasil se não tivéssemos a produção de alimentos que temos hoje?  A agricultura e a agroindústria formam um dos segmentos mais complexos e dinâmicos da nossa economia.  A recente crise mundial e, principalmente a brasileira, evidenciam a importância do agronegócio em nossa sustentabilidade e estabilidade econômicas.  Este ano a produção de grãos deverá superar a marca de 230 milhões de toneladas, colocando o Brasil no seleto grupo de países que produzem uma tonelada de grãos por habitante.  Como consumimos 50 milhões de toneladas, a nossa produção excedente alimenta mais três populações como a brasileira!

A revolução verde de Norman Borlaug nos anos 70, com o desenvolvimento de novas variedades de milho, com respostas a adubação, mudaram o cenário mundial de produção de alimentos.  No Brasil, a conquista do Cerrado, uma das últimas fronteiras agrícolas, graças à transferência dos resultados de pesquisa, estabeleceu com sucesso a integração da lavoura com a pecuária.  A adoção do sistema de plantio direto no Paraná mudou os paradigmas da agricultura brasileira.

O Brasil, pela sua extensão territorial, disponibilidade de água, biomas diversos e condições climáticas favoráveis para a produção agrícola com grande diversidade de culturas, tem merecido atenção internacional, tornando-se referência na geopolítica da produção agrícola mundial.  Hoje o mundo exige a produção agrícola com sustentabilidade e rastreabilidade associadas à adequação ambiental.  Portanto, para o Brasil se firmar nas posições de lideranças da produção agrícola será necessário também que seja líder na adoção de ações de sustentabilidade.

A Associação Brasileira de Agribusiness (ABAG), em recente congresso, adotou o tema “Sustentar é integrar”.  Na abertura do evento, o presidente da Embrapa, Maurício Antonio Lopes, fez uma brilhante abordagem de “O futuro sob a lente do agronegócio”: a sustentabilidade será uma ação imperativa, sem ela não teremos mercados.

O ensino e pesquisa agrícola no Brasil tiveram início com a inauguração da Escola Imperial de Agronomia da Bahia em 1875 e da Estação Agronômica de Campinas em 1887 pelo Imperador D. Pedro II, instituições essas pioneiras em ensino e pesquisa e hoje ainda jovens e pujantes, aos 142 e 130 anos respectivamente.

Como nossas universidades, escolas e instituições de pesquisa agrícola estão se posicionando para a expressiva demanda de profissionais capacitados para este cenário futuro de alta tecnologia que nos espera?  Como você esta se posicionando quanto ao nosso meio ambiente, a sustentabilidade e ao futuro de todos nós?  Estamos atentos às mudanças de comportamento e de hábitos da população rural e urbana, para as novas demandas, ao aumento da população e à qualidade do ambiente em vivemos?  Toda a sociedade está atenta e sensível a essas novas demandas?  Estamos preparados para esta missão, ou seremos todos cobradores de ações alheias?

Não podemos nos esquecer jamais de que nossa sustentabilidade depende do sol, da água e do solo.  Cuidando adequadamente de nossos recursos naturais, do nosso meio ambiente, poderemos continuar dizendo que: O solo nosso de cada dia é a nossa pátria e que cultivá-lo e conservá-lo garantem nossa sustentabilidade e nossa vida, até que Ele nos acolha.

Antonio Roque Dechen, ESALQ-USP 
Sonia Carmela Falci Dechen, IAC-SAA

Sonia Dechen é membro  da igreja, regente do Coral e coordenadora do Ministério de Administração. Casada com Antônio Roque Dechen e ambos são agrônomos.

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