Nos ?ltimos s?culos, diversos fatores envolvendo a realidade da mulher na sociedade foram decisivos para a institui??o de uma data comemorativa para a mesma. As vers?es que motivaram a escolha da data, apesar de divergentes, trazem em comum a den?ncia do desrespeito das condi?es trabalhistas da mulher e a consequ?ncia do pre?o de morte e crueldade com que foram tratadas por lutarem por seus direitos, como no caso das 129 oper?rias de f?brica t?xtil, mortas trancadas em uma f?brica em 1857 em Nova York, ou ainda, pelo inc?ndio em 1911, tamb?m em Nova York, que resultou na morte de 145 trabalhadores, na sua maioria mulheres.
Sem esquecer de outros fatores como a proposi??o de um Dia Internacional da Mulher, em 1910, em Copenhague cujo enfoque era mais feminista e mesclado a uma vis?o pol?tica revolucion?ria da ?poca e, o caso das mulheres do setor de tecelagem que se organizaram espontaneamente em busca de seus direitos trabalhistas, durante a Revolu??o Russa em 1917.
? fato que a escolha da data foi motivada por todos esses acontecimentos e, tamb?m, porque a Confer?ncia da Dinamarca em 1910 instituiu a data do dia 08 de mar?o como marco da luta da mulher por seus direitos, entre eles, o do sufr?gio universal (direito de votar). ?Ainda assim, somente em 1975, a ONU passou a reconhecer e celebrar esta data oficialmente.
A institui??o dessa data n?o ? e nem significa exatamente uma celebra??o, mas sim, a necessidade de lembrar que a mulher tem sido, por s?culos, alvo de injusti?as, desigualdades, discrimina?es e desrespeito. E que somente por meio de uma transforma??o de consci?ncia associada a a?es, se gerar? um novo sentimento nela, com a plena compreens?o de seu valor como ser e de sua import?ncia e de seu papel na sociedade.
Ao longo da hist?ria da humanidade, muitas mulheres se destacaram, quer seja por suas lutas pessoais como as Anas e as Saras ou pelas lutas ?em favor de seus semelhantes como as Dorcas, as Esters, as D?boras e as Joanas D?Arcs, ou ainda, quer seja pelas in?meras Irm?s Dulces e Madres Terezas de Calcul? que se dedicaram ?s causas humanit?rias ou pelas as Zildas Arns que investiram na sobrevida de crian?as carentes e desnutridas, sem deixar de mencionar, as Marias da Pena que diante de uma hist?ria pessoal tr?gica decidiram n?o se calar, levando esperan?a a outras mulheres, a fim de que a sua pr?pria hist?ria n?o se repetisse nelas.
Tais hist?rias e tantas outras serviram de inspira??o para que, pouco a pouco, a mulher fosse conquistando seu espa?o: desde de se fazer ouvir e ter direito a escolhas, ao tomar decis?es, e alcan?ar o sonhado desejo de uma carreira e profiss?o. Contudo, se em um primeiro olhar, tem-se a ilus?o de que a mulher alcan?ou o topo do mundo, h? que se ter a percep??o de que h? ainda muitas conquistas a serem alcan?adas por elas, e que a principal ? entender que homens e mulheres n?o s?o iguais, uma vez que s?o complementares, mas que cada um tem suas caracter?sticas pr?prias e de que devem ser respeitadas, t?o somente pelo fato de o direito ser um direito, cabendo, portanto, a todos, independente de classe, credo, etnia ou g?nero!
Que o dia 08 de mar?o seja bem mais que uma data comemorativa! Que as celebra?es e discuss?es em torno desta data visem gerar a?es transformadoras! Para tanto ? necess?rio compreender que todas as conquistas, alcan?adas at? aqui, foram fruto de mudan?a de atitude e de aquisi??o de uma nova consci?ncia. S? assim ent?o, se perceber? que se a mulher deseja ser respeitada, valorizada e com garantia de direitos, quer seja no momento presente ou no vindouro, ? imperativo que ela seja a voz transformadora do seu tempo!
M?rcia Maria de Oliveira Lima | SD Mulheres ? Distrito Norte | Bras?lia-DF
