Publicado por José Geraldo Magalhães em Última Edição - 08/07/2022 às 13:14:06

Concílio é marcado por quebrantamento e perdão

Delegados/as da 1ª e 7ª RE se abraçam em momento de perdão | Foto: Rodrigo de Britos

Sara de Paula

Na manhã de sexta-feira, 8, após a pregação da bispa Hideíde Brito Torres, no 21º Concílio Geral que acontece em Sorocaba desde dia 3, os/as conciliares viveram momentos de quebrantamento e reconciliaçõe.

Ao final da ministração da bispa Hideide de Brito Torres, a pastora Laura Rocha Costa Valentim, em oração, ministrou em alta voz o texto de 2 Crônicas 7:14: se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra.  

Por toda a plenária, pessoas se manifestavam dizendo “cura-nos, Senhor”, enquanto a Bispa chamou a pastora Luciana Soares Rêgo, da Rema (9ªRE), que falou sobre o período de 23 dias internada por conta da Covid-19, e quando Deus lhe disse para não tirar os olhos Dele. “Firme-se nessa palavra: não tiremos os olhos do Senhor Jesus. O senhor levantou a Igreja Metodista no mundo e enquanto houver propósito para nós, se nós não tirarmos os olhos do Senhor, nós vamos prevalecer.”

Perdão - Depois de outro momento de oração por parte de delegados, o bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa iniciou a presidência do Concílio, porém tomado pela graça de Deus não pôde falar, ao que a plenária também passou a manifestar-se em adoração à Deus.

“Eu queria apenas lançar uma palavra ao Colégio Episcopal”, disse o pastor Claudir Dutra, da REMA (9ª RE) afirmando que há um tempo as Igrejas Locais vivem um movimento de oração e clamor para que o Senhor cure a Igreja Metodista no Brasil. Ele mencionou a admiração que ele escuta constantemente a respeito da Igreja Metodista por parte de outras denominações, e da obra de avivamento que aconteceu na Inglaterra através de John Wesley.

O metodista da cidade de Jarú, em Rondônia, afirmou que pecado se conserta com arrependimento e confissão. “Perdão não é intenção, perdão é ação”. O irmão segui lendo Isaías 43:25-26 e Jeremias 29:11. “Metamos a cara no pó, porque ainda há esperança”. O irmão sugeriu que se transformasse esse concílio em um antes e depois na vida da Igreja, em um movimento de arrependimento. “A bíblia diz que o arrependimento e a confissão muda as circunstâncias”.

Em seguida, a delegada da 1ªRE, Andréa Alves Hott Ramos, afirmou que seu único pedido foi que o Concílio a surpreendesse. “É o Senhor quem nos justifica, não eu mesma”, disse emocionada, partilhando essa e outras anotações que fez durante a ministração da Bispa Hideide. “Em nome da Primeira Região eu me reconcilio com a Sétima”, disse, sendo abraçada em seguida pela pastora Kennie Ladeira Mendonça, delegada da 7ªRE.  

No mesmo momento, irmãos e irmãs da 1ª e da 7ª Regiões Eclesiásticas, que ocupam o estado Rio de Janeiro, iniciaram um movimento de reconciliação, levantando-se de seus lugares, opostos na plenária, e se abraçando em um momento emocionante. O pastor Bruno Fernandes Soares, da 7ª RE foi um dos delegados que se manifestou no momento, acolhendo e retribuindo a iniciativa da 7ª RE. Em entrevista, ele comentou sobre o que o motivou. "Após a fala da irmã Andréa, a qual veio com uma direção de Deus, [...] o pessoal da 1ª veio ao nosso encontro e houve ali um quebrantamento mútuo", disse. Nesse momento, como líder da 7ª RE, o pastor Bruno afirmou que se dirigiu ao microfone para fazer um importante ato de recebimento de perdão, mas o mais importante, também de pedido de perdão em nome da 7ªRE. "Foi um ponto para algo futuro, uma caminhada futura conduzindo e consolidando a unidade", contou. 

Já o pastor José Pontes Sobrinho, durante o momento, se manifestou falando sobre o sonho que teve e partilhou em forma de documento com membros do Colégio Episcopal. Depois de fazer a leitura do documento, o pastor Pontes propôs ainda um dia nacional de jejum uma vez ao mês, uma vigília nacional, realizada por todas as Regiões Eclesiásticas.

Mais orações - Em seguida outras manifestações foram registradas, como a do Pastor Davis Roberto Daniel, que destacou o aumento de casos trabalhados pela Comissão Geral de Constituição e Justiça (CGCJ), fazendo referência ao relatório da comissão no Concílio Geral de 2006, que trazia apenas 4 casos, enquanto o do Concílio atual apresenta 71. “Estamos doentes. Estamos virando uma igreja onde pessoas estão pisando em direito de outra. Estamos virando uma igreja onde não há arrependimento muitas vezes, onde não há perdão muitas vezes”, disse o pastor enquanto expressava preocupação pelo filhos e filhas, netos e netas de metodistas que saem da Igreja.

O momento foi seguido por orações e manifestações de diversos delegados/as, confirmando o espírito de busca pela confissão e pelo perdão. O devocional e a fala de cada conciliar foi transmitido ao vivo pelo canal da Igreja Metodista, até o momento em que se fez necessário votar pela suspensão temporária da transmissão, para debate de assuntos internos.

Após a conclusão do debate, que contou com uma fala de gratidão à Igreja Metodista por parte do Bispo Emanuel Siqueira (Mano), o momento de manifestações da plenária viveu um tempo de profecia, onde a Pastora Laura Rocha Costa Valentim, da 3ªRE mais uma vez foi movida por Deus a confirmar mais uma vez a palavra ministrada pela Bispa Hideide.

O tempo de adoração foi encerrado com o entoar do louvor “Eu navegarei”.

A pastora Laura pediu ainda que todos dessem as mãos e fechassem os corredores para um momento de oração.

Em oração, o Bispo José Carlos Peres louvou a Deus, que tomou a agenda do concílio em suas mãos.

A transmissão foi retomada, e foi acolhido o encaminhamento para liberar, posteriormente, o momento de reconciliação que aconteceu após o debate interno.

Conciliação - O Bispo Paulo Rangel convidou a todos e todas para participarem de um momento de conciliação conduzido pelo Colégio Episcopal. Fazendo a leitura da carta de Tiago 5:16, o Bispo Fábio Cosme lembrou que somos seres humanos e a Igreja é espiritual. “Nós estamos em um processo de transformação, mas existe uma coisa que se chama carne, e a cura é um processo.”

“Segure na mão do seu irmão e da sua irmã”, convidou o Bispo Fábio, conduzindo uma oração de confissão de pecados, enquanto a plenária intercedia mais uma vez de forma coletiva.

Em seguida, o Bispo Luiz Vergílio fez um convite especial ao 21º Concílio Geral. “Quero convidar a cada irmão e irmã hoje a noite no final dos nossos trabalhos, nós queremos celebrar um ato de unção. O Colégio Episcopal quer ungir a vida de cada um dos irmãos e irmãs.”

O Bispo José Carlos Peres, conduzindo os trabalhos, fez um esclarecimento ao público que tem acompanhado o Concílio Geral através do Youtube. “O problema foi resolvido e vocês puderam ver nesse momento que houve manifestação do poder de Deus e restauração da Igreja, então nos perdoe por ter interrompido um momento que era nosso particular, e agora abrimos a transmissão para que vocês nos acompanhem”, afirmou o Bispo Peres.

Diplomacia - a equipe de Diplomacia coordenou um momento de homenagem pela vida do Bispo Emanuel Siqueira (Mano). Ângela Lockmann de Macedo e Bruno Fernandes Soares, da 7ª RE, conduziram o trabalho. Toda delegação se colocou à frente para abraçar o Bispo Mano.

A delegada Angela Lockmann lembrou ainda da esposa do Bispo Mano, Cláudia Siqueira, reconhecendo o cuidado e carinho que teve com a vida das esposas de pastoras. Delegados e delegadas da 7ª RE realizaram falas homenagens ao trabalho do Bispo.


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